Vírus que provocou surto de gripe nos EUA já está circulando no Brasil

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 9 de abril de 2018 às 23:39
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:40
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Segundo dados da Saúde, foram registrados 57 casos em 13 estados, com 10 mortes, com 3 casos em SP

Com a chegada do outono, é esperado
que novamente o vírus Influenza, causador das gripes, comece a circular
com mais intensidade no país. Além do vírus H1N1, também conhecida como gripe
influenza tipo A ou gripe suína, alguns estados já registraram os primeiros
casos de infecção pelo H3N2, um tipo do vírus Influenza que só nos
Estados Unidos, infectou mais de 47 mil pessoas e provocou diversas mortes,
principalmente de crianças e idosos.

Segundo o último informe epidemiológico,
divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, já são
13 os estados brasileiros que registraram 57 casos de Síndrome Respiratória
Aguda Grave, (SARS, na sigla em inglês), causado pelo Influenza A
(H3N2), resultando em 10 mortes este ano, sendo três casos em São Paulo.

A circulação do H3N2 no Brasil não é
novidade. Segundo a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica da
Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, a biomédica Regiane de Paula, o
vírus H3N2 circula no país há bastante tempo. “O que acontece é uma
sazonalidade, por isso em todo mês de setembro um grupo se reúne na Organização
Mundial de Saúde (OMS) para entender qual é o vírus que está circulando,
principalmente no hemisfério Norte, e isso replica um pouco no Brasil.”

A diretora explicou que a imunização
contra o vírus está na vacina da gripe. “A vacina já vem com uma composição que
abrange esses tipos de life vírus [vírus vivo] que são específicos para
a imunização, a vacina já tem o H1N1, o H3N2 e tem também influenza B”.

Para a biomédica, não é possível
afirmar que a incidência no H3N2 no Brasil será igual ao que ocorreu nos
Estados Unidos. “Não podemos falar que vamos ter o H3N2 exatamente da mesma
maneira no Brasil, lembrando que há um inverno muito mais intenso na América do
Norte. Estamos em um país tropical, ainda não esfriou, mas estamos em mundo
globalizado”, ressalta.

Segundo Regiane de Paula, a
vigilância epidemiológica dos estados e municípios e também o Ministério da
Saúde usam como referência o que ocorreu no hemisfério Norte. “Durante 2014 e
2015 houve incidência do H1N1 e isso se manteve durante o ano de 2017. Agora,
em 2018, também temos o H3N2, que está circulando nesse momento pelo estado de
São Paulo e no Brasil”.

Para a diretora, apesar disso não há
nenhuma mudança significativa na incidência do vírus H3N2 no Brasil. “Ao
compararmos os boletins epidemiológicos do ano passado com os dados desse ano,
no estado de São Paulo, eles estão muito semelhantes”, e que a Vigilância
Epidemiológica está monitorando os dados, “nesse momento estamos monitorando
como está a circulação desse vírus no estado”, acrescentou.

Vacinação

O Ministério da Saúde ainda não
marcou o início da campanha nacional de vacinação, mas segundo a assessoria de
imprensa da pasta, deve ocorre entre abril e maio. Idosos acima de 60 anos,
crianças com mais de 6 meses e menores de 5 anos, gestantes, mulheres até 45
dias após o parto, trabalhadores de saúde, povos indígenas, portadores de
doenças crônicas e professores da rede pública e particular serão convocados
para a imunização. Os grupos alvos da campanha são os mais vulneráveis.

Prevenção

As medidas de prevenção para o H3N2
são as mesmas que os outros tipos de influenza. “É seguir a etiqueta
respiratória: colocar sempre o braço para tossir e/ou espirrar nas pessoas
(porque ao tossir/espirrar nas mãos a pessoa pode tocar em superfícies e passar
o vírus), fazer a lavagem das mãos, evitar locais fechados, principalmente
população de risco e, aos primeiros sinais de sintomas, procurar um médico”,
destacou biomédica.


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