Verão pede cuidados redobrados para a saúde íntima das mulheres

  • Entre linhas
  • Publicado em 28 de fevereiro de 2017 às 11:01
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:07
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Dentre as doenças ginecológicas mais comuns dessa época, estão a candidíase e vaginose

Q​uando as temperaturas sobem, é preciso redobrar os cuidados com a higiene intima para evitar alguns episódios desagradáveis. “Durante o verão, é muito comum que frequentemos piscinas e praias. Dentro deste contexto, o uso prolongado de peças úmidas e roupas com tecidos sintéticos levam ao aumento da umidade e temperatura da região genital, proporcionando condições favoráveis para o crescimento de fungos, protozoários e bactérias no local. Além disso, tais hábitos podem fazer com que os corrimentos tornem-se mais recorrentes nesta época do ano”, esclarece Fábio Sakae Kuteken, ginecologista do Hospital São Camilo (SP).

No que diz respeito aos corrimentos,  Domingos Mantelli Borges Filho (SP) explica que existem diferentes tipos e que cada um exige um tratamento específico. “Sempre que notar algo errado, é fundamental buscar ajuda médica para que o diagnóstico correto seja feito”, alerta. Dentre as doenças ginecológicas mais comuns dessa época, o especialista destacou a candidíase, tricomoníase e vaginose. Entenda cada uma:

Candidíase

Segundo Domingos, a candidíase é causada pelo fungo do gênero cândida, um micro-organismo que pode ser, inclusive, transmitido durante o ato sexual, embora não seja uma DST. A candidíase provoca coceira, dores vagina, para urinar e durante o ato sexual, além de corrimento branco e de odor cítrico, semelhante ao de leite coalhado. “O problema tem cura, e o tratamento deve ser feito com antifúngico via oral e creme vaginal, por uma semana”, ressalta o médico.

Tricomoníase

“É uma doença causada pelo parasita Trichomonas vaginalis e a transmissão é pela via sexual”, informa o ginecologista. A tricomoníase causa inflamação da vagina, acompanhada de um corrimento amarelo-esverdeado e de odor desagradável, causando dores ao urinar e durante o sexo.  Domingos ressalta que, se a doença não for tratada, é fator de risco para infertilidade e câncer do colo do útero. O tratamento é feito com medicamento via oral e, apesar de ser muito eficiente, não trata outros problemas, como gonorreia e candidíase. “Por isso, cada tipo de corrimento conta com um tratamento específico”, justifica.

Vaginose bacteriana

A vaginose bacteriana é causada principalmente pela bactéria Gardnerella Vaginalis. “Seu principal sinal é um corrimento amarelo ou branco-acinzentado, com um cheiro forte de peixe podre, que piora durante as relações sexuais e a menstruação. Também pode provocar ardor e um pouco de coceira”, informa o especialista. O tratamento também é realizado com medicamento via oral e creme vaginal.

Previna-se!

O médico ensina ainda como reduzir os riscos de desenvolver essas doenças:

– Evite usar calças apertadas! Prefira utilizar roupas mais leves e ventiladas como vestidos e saias. Quanto às partes de baixo, as calcinhas de algodão são sempre a melhor opção;

– É fundamental manter a higienização adequada na região genital. Para facilitar, deixe os pelos pubianos sempre aparados. Também é importante fazer higiene íntima após urinar, evacuar, ter relações sexuais e ao trocar o absorvente (a cada quatro horas). O sabonete utilizado deve ser neutro ou sabonete higiênico íntimo indicado pelo ginecologista. “Não utilize sabonete comum na higiene íntima e, após a lavagem externa, utilize toalha higiênica para secar a genitália. O uso regular e descuidado do papel higiênico pode causar irritação local”, alerta.

– Lave roupas íntimas com água e sabão e seque-as ao sol. Não as seque em ambientes fechados e úmidos como banheiros;

– Jamais compartilhe sabonetes, peças íntimas e toalhas.