Varejo vê queda histórica de venda na Páscoa deste ano por causa do Covid-19

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 7 de abril de 2020 às 13:08
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:34
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Há registro de quedas de 35% no comércio de rua e de 50% nos shopping centers durante março

As vendas do varejo na Páscoa devem registrar uma queda histórica de mais de 30% neste ano. 

Segundo estimativa da Confederação Nacional do CNC (Comércio de Bens, Serviços e Turismo), o faturamento chegará a R$ 1,59 bilhão, R$ 738 milhões a menos que em 2019. 

Se a projeção se confirmar, a queda no período da Semana Santa será a primeira desde a recessão de 2014 a 2016. 

Houve recuos em 2015 (-1%) e em 2016 (-4,2%). Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o cenário, inimaginável no início do ano, é resultado das restrições ao consumo impostas pelo isolamento social.

“Os efeitos da pandemia de covid-19 restringiram dramaticamente o fluxo de consumidores nas lojas. Há registro de quedas de 35% no comércio de rua e de 50% nos shopping centers ao longo do mês de março”, destaca.

A ACSP (Associação Comercial de São Paulo) também espera vendas mais fracas na comparação com anos anteriores devido à pandemia. “Como está hoje [com as restrições], vai reduzir não só a procura, mas também a abertura de lojas.

Para aquelas que vão poder abrir, como os supermercados, o movimento deve ser mais fraco do que no ano passado”, analisa Marcel Solimeo, economista da ACSP. 

Solimeo afirma ainda que, diante das restrições, muitas famílias não conseguirão se reunir. “Também porque as pessoas não estão nesse clima comemorativo tradicional”, completa o economista.

Em relação ao preço dos produtos mais comuns da Páscoa, segundo a associação, itens importados, como vinho e bacalhau, podem ter preços mais altos do que no ano passado, devido à alta do dólar. 

Para o economista, no entanto, provavelmente nem toda a alta do dólar deverá ser repassada, porque as vendas devem ser mais fracas.

Sobre os ovos de Páscoa, Solimeo afirma que os preços podem subir, mas alta deve ser bem mais suave do que a do bacalhau e o vinho importado, por exemplo. 

Segundo ele, produtos usados na fabricação dos ovos terão aumento.


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