Usar protetor solar não interfere na absorção da vitamina D, diz pesquisa

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 22 de maio de 2018 às 03:20
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:45
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Essencial para o bom funcionamento do organismo, síntese do nutriente acontece quando tomamos sol

Você já deve ter
ouvido que a vitamina D é essencial para o bom funcionamento do organismo.
Para ter ideia, a falta desse nutriente pode causar problemas físicos e
cognitivos, além de aumentar o risco de doenças autoimunes, infecciosas,
cardiovasculares e tumores malignos.

Para garantir a quantidade necessária, especialistas
indicam, além de uma dieta balanceada, tomar sol. É por meio dele que
garantimos cerca de 90% da vitamina D. “A síntese é feita pelos raios
ultravioletas B, que estão presentes entre 10 horas da manhã e 4 horas da
tarde”, explica a dermatologista Clívia Carneiro, professora adjunta da
Universidade do Pará e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia
(SBD). “Por outro lado, esse é o horário que também oferece maior dano para o
DNA, aumentando a probabilidade de câncer de pele”, pondera.

A principal forma de prevenir esse tipo de tumor – o
mais incidente no Brasil – é usando filtro solar. Mas há divergências no mundo
da ciência sobre como (e se) o produto interfere na vitamina D. Por isso, especialistas
da SBD conduziram uma pesquisa com 95 pessoas, que foram divididas em três
grupos: um que ficou privado da exposição
solar por 24 horas; outro que tomou de 10 a 15 minutos de sol com protetor; e
um terceiro que recebeu os raios solares pelo mesmo período, mas sem filtro
solar. 

Os
níveis de vitamina D no sangue dos participantes foram medidos na manhã antes
do experimento e um dia depois. O resultado revelou
que não houve grandes diferenças entre as turmas e que a síntese ocorreu pouco
tempo depois de se exporem ao sol – mesmo com protetor. Isso mostra que não é
preciso passar muito tempo sob a radiação para garantir a dose certa dessa
vitamina. “Num país de clima tropical como o Brasil, atividades
diárias ao ar livre são suficientes. Ao caminhar na rua, estender roupa no
varal ou praticar algum exercício outdoor, você já estará adquirindo a
vitamina”, garante Clívia.

O tom de pele também importa: quem tem pele clara costuma
produzir a vitamina de forma mais eficiente; já pacientes mais morenos demoram
mais a sintetizá-la. “Por outro lado, essas pessoas também têm mais melanina, o
que garante maior proteção contra o câncer de pele”, esclarece a
dermatologista.

De acordo com a médica,
aqueles que não conseguem atingir as taxas adequadas naturalmente devem tomar
suplementos. Mas nada de fazer isso por conta própria! “Feita de maneira
aleatória, a suplementação pode causar fadiga, mal-estar, dor estomacal, sinais
de intoxicação e até insuficiência renal”, adverte Clívia.


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