Tremor de terra ocorrido em Delfinópolis foi o maior dos últimos 29 anos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 21 de maio de 2019 às 11:17
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:34
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Segundo Centro de Sismologia da USP, epicentro foi a 12 km de Delfinópolis, e sentido a 200 km de distância

O tremor de ontem (20/05/2019) às 16h46 (horário de Brasília) na divisa MG/SP, com magnitude 3.9, foi o maior dos últimos 29 anos naquela região. 

Mais de 20 estação da Rede Sismográfica Brasileira registraram o evento.

O sismo teve o epicentro aproximadamente 12 km a oeste de Delfinópolis/MG, e 50 km a nordeste de Franca.

Foi sentido de Uberlândia a Itaú de Minas (MG), e mesmo Ribeirão Preto (SP), a uma distância de até 200 km, segundo relatos deixados na página do Centro de Sismologia da USP por pessoas que sentiram: http://moho.iag.usp.br/eq/dyfi

Sua magnitude, 3,9 na escala Richter, foi menor do que o tremor de Sacramento/MG, em 1990, com magnitude 4,2, mas parecido com o tremor de 3,8 ocorrido em Passos/MG, em 1984. 

Esta região da fronteira entre sudoeste de Minas e nordeste de São Paulo costuma ter tremores de terra com certa frequência. 

Em janeiro de 1922 ocorreu o maior tremor conhecido nesta região com magnitude 5,1 e epicentro perto de Mogi-Guaçu. 

Este de 1922 foi bem maior que o de hoje e foi sentido em metade do estado de São Paulo, sul de Minas e até a cidade do Rio de Janeiro. 

Causou algumas trincas em algumas cidades na região do epicentro.

Magnitude 4 ainda pode ser considerada pequena, mesmo para o Brasil. 

Todo ano ocorre ao menos um sismo desta magnitude em alguma parte do país. 

Pequenos tremores podem ocorrer em qualquer região do Brasil, pois a crosta terrestre está sujeita a pressões geológicas que ocasionam, de vez em quando, deslizamento entre blocos de rocha nas camadas mais rasas (até 10 ou 20 km de profundidade) da crosta.

O Centro de Sismologia não sabe exatamente por que esta região limite entre MG e SP costuma ter mais sismos do que outras áreas do Sudeste. 

Uma hipótese é que nesta região a espessura da placa litosférica (placa tectônica da América do Sul) é mais fina do que no resto do Brasil, o que pode concentrar tensões geológicas nas primeiras dezenas de km da crosta.

Não é possível prever se ocorrerão outros tremores ou se este foi um sismo isolado. 

O tremor de 1922 foi um único evento isolado. 

Já o de Sacramento de 1990 teve algumas pequenas réplicas bem pequenas por alguns meses.


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