​Transportadora acusada na Operação “Pândega” teve filha do prefeito como sócia

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 11 de julho de 2017 às 08:52
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:15
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Empresa, cujo sócio foi preso, mantinha contratos de até 2.8 milhões com Prefeitura de Igarapava

No Destaque, Leandro Viana Paranhos, sócio-proprietário da Transportadora Paranhos, na qual filha do Prefeito de Franca, Fernanda Belchior de Souza, teria participação

​No desmembramento das investigações em torno da “Operação Pândega”, do GAECO – Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado – do Ministério Público – é possível que seja também alvo de apuração de conduta a filha do atual prefeito de Franca, Gilson de Souza (DEM), a cantora Nanda Bel (Fernanda Belchior de Souza).

Nanda Bel, como é conhecida, teve participação societária de R$ 75 mil (50% do capital social) na empresa Transportadora Paranhos, da qual, um dos sócios, Leandro Viana Paranhos, foi preso na deflagração da “Pândega” na segunda-feira (10) pela manhã.

Ser sócia da empresa não significa envolvimento, já que, segundo informações obtidas, Fernanda não participava diretamente da gestão da empresa, apenas recebia os dividendos de sua participação societária.

Evidente que a investigação é natural, pois a empresa é envolvida na grave suspeita de fraude em licitação e, nestes casos, a investigação envolve todos integrantes da organização.

Veja o que já publicamos sobre a Operação Pândega: 

Ex-prefeito de Igarapava e mais cinco são presos por suspeita de fraude

Irmãos, ex-prefeitos de Igarapava, presos pelo GAECO chegam a Franca

A Transportadora Paranhos, sediada em Pedregulho, cujo diretor Leandro Viana Paranhos, foi preso na operação, venceu licitações para transporte de alunos de Igarapava, que o GAECO afirma terem sido fraudadas durante o governo do ex-prefeito Carlos Augusto de Freitas – Carlão (2013-2016).

Metade do Capital Social

O ex-prefeito Carlão foi preso junto com o seu irmão – o também ex-prefeito e ex-vereador de Igarapava -, Sérgio Augusto de Freitas – Serginho, que também foi um dos acusados pelo Ministério Público de ter participado do assassinato do ex-prefeito daquela cidade, Gilberto Soares dos Santos – Giriri, na década de 90.  

Foi no primeiro ano do governo de Carlão (2013) que Nanda Bel passou a integrar a composição societária da Transportadora Paranhos, sediada em Pedregulho (o registro da entrada da filha do prefeito de Franca foi em fevereiro daquele ano, com capital integrado de R$ 25mil.

Posteriormente, Nanda Bel aumentou ainda mais sua participação na Transportadora Paranhos, integralizando, na segunda etapa, seu capital de R$ 25 mil para R$ 75 mil, com alteração em 14/08/2013 na Junta Comercial do Estado de SP.

Após esta última movimentação, não se tem notícias de outras alterações do Contrato Social da Transportadora Paranhos junto à JUCESP- Junta Comercial do Estado de São Paulo. 

Porém, informações chegada à tarde desta terça-feira, dão conta de que Nanda Bel deixou a sociedade em 2016 (mais exatamente no dia 23/11). 

Mesmo assim, o procedimento do GAECO na Operação Pândega refere-se justamente a este período em que ela detinha 50% do capital social da Paranhos: de 2013 a 2016. 

Veja o documento da JUCESP com o desligamento da filha do prefeito Gilson, em novembro de 2016

Contratos milionários

O Jornal da Franca obteve ao menos quatro contratos com “dispensa de licitação” em que a Prefeitura de Igarapava contratou a Transportadora Paranhos, de Leandro Viana Paranhos, preso na Operação “Pândega”.

Apenas um deles supera R$ 1.1 milhão (um com dispensa de licitação) e outro através de Pregão Presencial, de R$ 1,7 milhão, que inclusive teve “aditivo” neste ano de 2017, na nova administração da cidade e continua em vigência.

Destaque-se que a ilegalidade ou não destes contratos não foi alvo de julgamento específico por parte do Tribunal de Contas do Estado de SP.

Veja abaixo alguns dos extratos publicados no Diário Oficial do Estado (todos no período de 2013 a 2016). São contratos que ainda não tiveram sua legalidade ou ilegalidade atestada pela investigação da “Operação Pândega”.  ​


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