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​Treinar um cão nem sempre é uma tarefa fácil. É preciso ser insistente, compreensivo e utilizar as técnicas certas. Enquanto o treinamento não está completo, é normal que seu cachorro cometa alguns erros, nem sempre por culpa dele. Certos hábitos do pet podem ser reforçados por atitudes e formas de comportamento do próprio dono, sabia?

Um dos erros mais comuns cometidos pelos donos é focar na comunicação verbal. Ao falar com seu cão, não importa a língua que se use, ele não entende as palavras, mas sim o conjunto de sons que, muitas vezes, é associado a um evento, como explica o veterinário Alexandre Kühner. Ele cita como exemplo o uso do comando “vamos?”, interpretado pelos pets como um convite para um passeio.

Ainda falando da comunicação, o especialista afirma que os cães prestam muito mais atenção à linguagem corporal e ao tom de voz dos donos. Quando você briga com seu cão ao mesmo tempo que sente remorso, você provavelmente estará enviando uma mensagem confusa para ele. Como consequência, a punição pode não ser eficaz, já que o pet vai enfrentar dificuldades para entender que fez algo errado.

É importante lembrar que são cachorro não é uma criança pequena e não deve ser humanizada. Aquele caso clássico do cão que fica mais no colo que no chão, que divide as refeições com o dono, que não passeia porque ‘não gosta’. Não há nada de errado em tratá-lo com carinho e amor, mas ele continua sendo um cão e precisa de exercícios e de socialização com outros animais e deve usar seus sentidos para procurar coisas, correr e brincar.

Segundo o veterinário, todo animal nasce programado para correr atrás do próprio alimento, para sobreviver e dar continuidade à espécie e isso vale até mesmo para aqueles cães que vivem dentro de casa, sem desafios no cotidiano. Quando o dono não leva seu companheiro para praticar exercícios ou gastar sua energia de alguma forma, ele pode desenvolver desvios de comportamento. O passeio na rua simula a caça em condições naturais e o ato de levá-lo sob domínio de uma coleira e guia ajuda até a estabelecer uma relação de hierarquia entre o dono e o pet.

Limites e disciplina são também muito importantes para a saúde mental do seu pet, de acordo com Kühner: Brincadeira tem hora e quem determina essa hora é o dono. Se ele está agressivo, ansioso, latindo, chorando, ganindo, você não deve ‘recompensá-lo’ com um passeio, recomenda. O cão não deve receber atenção, comida ou qualquer retribuição se estiver apresentando comportamentos indesejados.

Como solução para dificuldades no relacionamento, o especialista propõe que os donos falem menos e prestem mais atenção à postura e ao comportamento dos cães. Eles sempre ‘dizem’ o que querem, basta saber interpretar. Suas necessidades são muito simples. Basta atendê-las e você terá uma relação feliz e equilibrada com seu cachorro.

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