Sensor portátil criado por brasileiros detecta coronavírus na hora

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 15 de novembro de 2020 às 23:22
  • Modificado em 11 de janeiro de 2021 às 08:32
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Equipe de cientistas acredita que a mesma tecnologia possa ser usada para detectar outras doenças

Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) desenvolveram um kit de exame capaz de detectar o novo coronavírus na hora.

O equipamento usa biossensores avançados com nanotecnologia de grafeno para detectar o SARS-CoV-2, causador da covid-19. 

E a equipe acredita que a mesma tecnologia possa ser usada para detectar outras doenças.

Batizado de GRAPH Covid-19, o dispositivo é um biochip que dá os resultados com rapidez e precisão, além de ser totalmente portátil.

Outras vantagens são que o exame usa apenas um pequeno volume de amostra biológica – como, por exemplo, uma gota de sangue – e que ele será produzido no Brasil, dispensando a necessidade de importação de insumos e possibilitando alta escala de produção para atender rapidamente à demanda diagnóstica em todo o País.

Atualmente, os testes rápidos importados são realizados por imunocromatografia, método de baixa exatidão e que traz grande preocupação com resultados falsos-negativos. 

Por isso, a chegada de biossensores como plataforma diagnóstica no setor clínico é uma evolução tecnológica, com grandes vantagens frente às soluções disponíveis.

“Esta tecnologia traz benefícios significativos em relação a metodologias analíticas convencionais, tais como rapidez, alta sensibilidade e especificidade”. 

“Sua portabilidade permite diagnosticar o SARS-CoV-2 em qualquer local: postos do SUS, unidades de saúde, regiões remotas e até no controle de portos e aeroportos,” disse a pesquisadora Fabiana Medeiros, uma das criadores do novo exame.

O funcionamento básico do equipamento em laboratório já foi comprovado. No momento, a equipe está trabalhando na validação de diagnóstico do SARS-CoV-2. 

“Esperamos ter resultados mais robustos no primeiro trimestre de 2021 e, naturalmente, o SUS [Sistema Único de Saúde] será o principal foco de atuação desta tecnologia,” disse Fabiana.

Os pesquisadores já fundaram uma empresa, a Biosintesis, para fabricar os novos biossensores.

*Informações Diário da Saúde


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