​Sem cargos em comissão, Gilson de Souza perde poderio político em Franca

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 25 de maio de 2018 às 16:13
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:45
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Muitas funções de confiança são ocupadas por motivação pessoal ou retribuição a apoio em campanha

Sem os 225 cargos comissionados do município, que terão de ser extintos até julho, o prefeito Gilson de Souza (DEM) perde uma parte de seu poderio político em Franca.

Isso acontece porque, na maioria dos governos. Os cargos comissionados são uma forma dos vencedores das eleições retribuírem o apoio recebido durante a campanha ou mandato, no caso dos reeleitos.

Em Franca não é diferente. Tanto os cargos comissionados como as funções gratificadas são destinadas a quem conta com a simpatia de Gilson de Souza ou de seus familiares mais próximos, como irmãos e filhos. 

Exemplo disso foi a nomeação de uma funcionária comissionada para chefiar um setor da Secretaria de Educação, de Censo Escolar, pelo fato de ser namorada de um de seus filhos.

Sem os cargos, Gilson não terá como bancar o apoio de muitas pessoas que tem nos salários atribuídos às funções seu ponto alto de fidelidade junto ao prefeito. 

Isso vale para pessoas de Franca e várias da região, também empregadas na Prefeitura.

Pode até ser que Gilson “reinvente” os cargos, mas enfrentará dois problemas. 

O primeiro será o risco de insistir em ir contra decisões judiciais que condenam os cargos e o segundo aprovar um projeto de lei com este fim na Câmara.

O clima no Legislativo é de preocupação, uma vez que já foi dado um parecer técnico contrário, pelo Jurídico, à criação dos cargos, mas que acabou derrubado pela base, organizada pelo líder informal de Gilson de Souza, vereador Corrêa Neves Júnior (PSD). Muitos temem ser responsabilizados por seguir o novato parlamentar.

O primeiro teste de Gilson sem os comissionados deverá acontecer em outubro, quando é possível que seu filho, Gilsinho (PRB), sairá candidato a deputado federal. 

Terá como avaliar se a fidelidade dos apoiadores da família Souza é de fato programática e ideológica ou comprada com favores e cargos comissionados.


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