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Saudade. Coisa doída, que aperta, que cega e faz a gente perder a noção. Mas não da hora, do tempo. Só do espaço. Essa lacuna grande entre eu e você. Que ponte é essa que nos separa? Estamos lado a lado e parecemos tão distantes. Você me olha, mas não me enxerga. E eu, numa tentativa quase insana, grito por socorro: – Não me deixe escapar pelas mãos. NÃO! Estou caindo, quase sem fôlego e preciso de ajuda. Como areia na ampulheta. Segundo a segundo, mais um grão se esvai. E meus olhos, que antes conseguiam encontrar o brilho dos teus, hoje não mais os enxergam. Somos como folhas secas caindo das árvores no outono. Riacho sem água. Céu sem estrelas. Lado a lado, caminhamos para outros rumos. Sem destinos, estamos nos perdendo do que encontramos. E é disso que sinto saudades… Do que fomos. Do que construímos. Do que sentimos. E essa dor, não pára de latejar…
*Esta coluna é semanal e atualizada às sextas-feiras.