São Paulo já vacinou 7,2 milhões contra a febre amarela em 2018

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 24 de março de 2018 às 23:22
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:38
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Desde 2016, estado vem se empenhando para ampliar vacinação e prevenir circulação do vírus

A febre amarela é
uma doença infecciosa causada por um vírus transmitido por mosquitos tanto na
área silvestre, como na área urbana. Quando infectada, a pessoa apresenta um
quadro sintomático muito inespecífico, com febre, dores de cabeça e dores no
corpo. Em estágio mais avançado, a doença acomete principalmente o fígado,
provocando icterícia (pele amarelada) e outras complicações hepáticas.

Recentemente, os casos de febre amarela silvestre,
transmitida pelo mosquito Haemagogus, colocaram
em alerta grande parte da população. Em regiões de mata, foram registradas
diversas mortes de macacos por conta da contaminação do vírus. É importante
lembrar que eles são sentinelas da doença e ajudam a mapear as regiões em que
ocorrem a sua circulação. Os humanos, por sua vez, não fazem parte desse ciclo,
mas, quando infectados, se tornam acidentalmente portadores do vírus.

Ações

O aparecimento de casos no Estado de São Paulo
chamou a atenção sobre a importância de desenvolver e aprimorar políticas públicas
voltadas para a prevenção da doença. Nos últimos anos, foi realizado um
trabalho baseado em um pacto federativo com o Ministério da Saúde e com os
municípios paulistas. A partir daí, foram definidas estratégias fundamentadas
na separação de funções com objetivos comuns entre os órgãos. “Nós temos um
Estado organizado. Todos os macacos encontrados mortos foram avaliados pelas
nossas equipes. Por isso, conseguimos estabelecer os corredores ecológicos e
criar métodos de prevenção contra a doença”, explica o secretário de Estado da
Saúde, David Uip.

A febre amarela, por
ser característica da região norte do país, atravessou grandes regiões de mata
até chegar aqui. O infectologista e o coordenador de Controle de Doenças da
Secretaria da Saúde, Marcos Boulos, comentou que descobrir o caminho percorrido
pelo vírus até o Estado no ano passado foi fundamental para o controle de
epidemias. “Foi de uma validade imensa. Isso possibilitou que nós nos
antecipássemos para imunizar as regiões em que ele está presente ou que seriam
possivelmente afetadas”, completou.

Esse fato pôde ser confirmado pelo número total de
vacinados em São Paulo. Somente no ano passado foram imunizados cerca de 7
milhões de paulistas, contra 7,6 milhões no período entre 2007 e 2016.

Outro fator importante foram as ações de mídias
digitais, criando um canal de comunicação essencial entre os órgãos oficiais e
a população. Para Regiane de Paula, coordenadora do Centro de Vigilância
Epidemiológica do Estado, “foi um trabalho importante para alertar e informar a
população, bem como fomos notificados sobre as áreas em que apareceram macacos
mortos”.

Vacinação

Desde a década de 1930, a vacina é a maneira mais
eficaz para prevenir a doença. Ela é gratuita e está disponível nos postos de
saúde dos municípios. O esquema vacinal para a dose padrão é composto por dose
única, válida por toda a vida. A recomendação veio da Organização Mundial da
Saúde (OMS) a partir de 2014. Até então, a orientação da instituição era de que
a vacina deveria ser reforçada após dez anos.

A diretora de imunização da Secretaria da Saúde,
Dra. Helena Sato, explica que surgiram muitos boatos sobre a gravidade da
vacina e que, respeitando os critérios de vacinação, não há motivos para se
preocupar: “A vacina é muito segura e a maioria não apresenta reação. A partir
do terceiro ou quarto dia, apenas 30% dos vacinados podem apresentar reações
leves como febre, dor de cabeça e dor no corpo. Os casos mais graves são
bastante raros, apenas um caso para um milhão de doses aplicadas”.

As áreas com indicação da vacina foram
gradativamente ampliadas, desde o início de 2016. Dessa forma, para quem mora
ou vai viajar para uma região de risco e ainda não se imunizou, é importante
que procure um posto de saúde mais próximo de sua residência. Atualmente, 575
dos 645 municípios paulistas têm vacinação em curso.


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