Saiba o que é a síndrome do olho seco, que pode causar até perda da visão

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 29 de maio de 2018 às 14:48
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:46
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O problema dá a sensação de que seu olho está coberto por areia e pode desencadear outras doenças

Irritação, coceira e sensação de areia nos olhos.
Estes sintomas podem indicar que você está com a síndrome do olho seco. A
doença, que atinge cerca de 180 milhões de pessoas no mundo, pode estar ligado
ao uso incorreto de aparelhos tecnológicos e mudanças nas condições climáticas.

De acordo com o oftalmologista Richard Hida, da
Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa, o problema é “uma
doença crônica multifatorial da superfície ocular caracterizada pela diminuição
da produção de lágrimas ou deficiência em alguns de seus componentes com
desequilíbrio do filme lacrimal”.

Ou seja, a síndrome
do olho seco se dá quando não temos lágrimas suficientes, tanto em qualidade
quanto em quantidade, para lubrificar os olhos. Esse problema pode ocorrer em
apenas um olho, mas é mais comum que afete ambos.

Em algumas circunstâncias, os olhos podem ficar mais secos mesmo
sem nenhuma doença ocular. Alguns fatores, como poluição, exposição solar
excessiva, vento, ar-condicionado ou qualquer lugar com baixa umidade do
ar, podem provocar o problema.

É importante ressaltar que o filme lacrimal é composto por
três principais camadas: lipídica, aquosa e mucina. A camada lipídica é externa
e tem como função impedir a evaporação das lágrimas.

A camada aquosa é mais espessa e constituída por água. Já a
camada mucina é interna e tem, como função, permitir a adesividade do
filme lacrimal à córnea.

Quais os principais
sintomas?

Os principais
sintomas da síndrome do olho seco são:

– vermelhidão ou
ardência;

– produção excessiva de
lágrimas (olhos lacrimejantes);

– irritação excessiva do
olho;

– desconforto e
complicações ao utilizar lentes de contato;

– visão turva ou
embaçada.

Causas

As causas mais
comuns da síndrome do olho seco estão diretamente relacionadas com a idade e a
menopausa. No entanto, não podemos deixar de levar em consideração o uso
constante de computador (de forma continuada ou excessiva), a exposição ao
ar-condicionado, o uso de lentes de contato e, ainda, a ingestão de alguns
medicamentos (benzodiazepinicos, antidepressivos, anti-histamínicos,
analgésicos, etc.).

A síndrome do olho seco pode ocorrer em homens e mulheres,
apesar de a menopausa ser um dos fatores de predisposição, e as mulheres
serem mais afetadas. Além disso, a doença pode ocorrer em qualquer idade.

Obviamente, o diagnóstico deve ser realizado por um
oftalmologista, por meio de testes que medem a quantidade e a qualidade das
lágrimas.

Tratamento

O tratamento básico
para a síndrome do olho seco consiste na utilização de colírios de lágrimas
artificiais. Elas devem ser colocadas nos olhos várias vezes ao dia,
dependendo da necessidade específica de cada paciente.

Em casos mais
severos, é possível, ainda, realizar a oclusão dos pontos lacrimais,
evitando a drenagem por meio das vias lacrimais e mantendo-a na superfície
ocular.
Caso não seja tratado, o problema tem um poder de evolução e pode desencadear
outras patologias mais graves, como ulceração da córnea e até mesmo a perda da
visão.


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