Rodovia que liga Minas à região de Franca e Ribeirão entre as melhores do país

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 14 de junho de 2018 às 06:54
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:48
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Ribeirão Preto / Belo Horizonte que passa pela região, através da MG-50 é a 46ª melhor do País

Segundo a CNT, rodovias do Sul de Minas foram classificadas como boas ou regulares (Foto: Lucas Soares / G1)

Apenas três rodovias do Sul de Minas aparecem entre as 109 melhores vias do país na mais recente pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) sobre a qualidade da infraestrutura rodoviária no país. A Fernão Dias, principal rodovia da região, ocupa apenas a 21ª posição do ranking de melhores do país, com classificação “Bom” na pesquisa.

Depois da Fernão Dias, vem a MG-050, que liga cidades do interior de São Paulo, como Ribeirão Preto (SP), a Belo Horizonte, passando pelo Sul de Minas por cidades como São Sebastião do Paraíso, Itaú de Minas e Passos. Na pesquisa da CNT, a MG-050 aparece apenas na 46ª posição entre as melhores do país, também com classificação “Bom”.

Rodovia Fernão Dias aparece na 21ª posição em ranking de melhores rodovias (Foto: Régis Melo / G1)

O terceiro trecho do Sul de Minas citado na pesquisa é a BR-459, no trecho que liga Poços de Caldas (MG) a Lorena (SP), passando por cidades como Caldas, Congonhal, Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí e Itajubá. O trecho é considerado pela CNT como a 74ª melhor via do país. Para a elaboração do ranking, os técnicos da CNT percorreram 105.814 quilômetros de rodovias em todo o país para avaliar a evolução qualitativa da malha rodoviária.

Rodovias do Sul de Minas que aparecem no ranking nacional

Rodovia Posição no ranking Trecho Classificação Pedágio
BR-381 21º lugar Belo Horizonte / São Paulo Bom Sim
BR-265/BR-491/MG-050 46º lugar Ribeirão Preto / Belo Horizonte Bom Sim
BR-459 74º lugar Poços de Caldas / Lorena Regular Não

Fonte: Confederação Nacional dos Transportes

Segundo o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, os resultados de 2017 mostraram que Minas Gerais, o estado com a maior malha rodoviária do país, apresenta deficiências na maior parte dela. De quase todas as rodovias pesquisadas no estado, quase 70% delas foram classificadas como regulares, ruins ou péssimo. A CNT estima que para sanar todos os problemas das rodovias mineiras, seriam necessários R$ 9,2 bilhões só de investimento em construção e restauração.

Segundo o diretor da CNT, o pior trecho do Sul de Minas classificado na pesquisa fica na BR-383, no trecho entre Caxambu e Itutinga, classificado como péssimo na avaliação geral.

“De uma forma geral, as rodovias do Sul de Minas foram classificadas como boas principalmente, algumas delas regulares. O trecho mais crítico que nós conseguimos identificar é o da BR-383. Outros trechos como a BR-369, a MG-179, foram classificados como ruins. Mas a condição geral das rodovias do Sul de Minas apresentam uma característica que tende de regular a bom”, diz o diretor da CNT.

A pesquisa da CNT mostrou que as rodovias sob concessão apresentam melhor qualidade. Tanto que as duas melhores rodovias do Sul de Minas apontadas no estudo, a Fernão Dias e a MG-050, estão sob concessão.

Conforme a CNT, nas rodovias mantidas pelo poder público, os trechos classificados como ótimo e bom totalizam 20,3%. Já na extensão concedida, foram classificados como ótimo e bom 74,4% dos trechos pesquisados.

Uma proposta do governo de Minas pretendia entregar à iniciativa privada trechos de rodovias como a BR-146, BR-459, a MG-290 e a MG-459, que poderiam ganhar praças de pedágio com custo de até R$ 7 a tarifa. Segundo a Secretaria de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais, com a manutenção da BR-459 sob responsabilidade do DNIT, a proposta de concessão de rodovias foi inviabilizada e por enquanto não há nenhum outro estudo em andamento.

Pedágio na MG-050 é alvo de reclamações entre usuários da rodovia (Foto:  Nascentes das Gerais/Divulgação)

Pedágio na MG-050 é alvo de reclamações entre usuários da rodovia (Foto: Nascentes das Gerais

Para o diretor da CNT, experiências anteriores mostram que o fato de se pagar pedágio em uma determinada via a princípio gera reclamações de todos os tipos. Mas, com o tempo, acaba ficando mais barato pagar o pedágio do que o custo de se transportar em rodovias ruins.

“A princípio ninguém quer pagar pelo qual já se recolhe imposto. A gente já paga os impostos que geram receitas para o governo e parte dessa receita deveria ser empregada na manutenção, melhoria e ampliação da infraestrutura de transportes. A concessão, quando se faz uma análise em termos mundiais, é um modelo que funciona bem, não só no Brasil, como em outros países também. Você imagina um caminhão que passa em um buraco e o motorista perde uma roda ou um pneu, a gente está falando aí de um prejuízo de R$ 4 mil por exemplo. Então pagar o pedágio sai mais barato”, diz Bruno Batista.


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