Ribeirão tem 10 novos comércios de alimentos por mês, aponta Jucesp

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 21 de julho de 2019 às 19:16
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:41
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Negócios se multiplicam nos bairros, mas é preciso planejamento para prosperar, alerta especialista

Desde 2018, Ribeirão Preto abriu, em média, dez novas empresas do ramo da alimentação por mês, segundo dados da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp).

O setor é o que mais cresce na cidade e favorece o saldo positivo da geração de empregos em serviços. No ano passado, 5.656 vagas foram criadas.

A escolha pela produção de alimentos se dá principalmente por pessoas que perderam os empregos formais nos últimos anos ou que resolveram se tornar os próprios patrões.

Com base nisso, os novos empreendedores fogem da abertura de lojas em regiões com comércios já estabelecidos ou em shoppings, para se dedicar aos negócios em bairros novos e com muitos habitantes.

É o caso do comerciante Gilberto Júnio Branquini, que foi demitido de uma empresa em janeiro deste ano. Junto com a mulher, ele estudou qual seria o melhor investimento.

Os dois chegaram a cogitar a abertura de uma loja de roupas, mas mudaram de ideia. “A nossa outra ideia era no segmento de roupa, mas alimentação é uma coisa que você não deixa de comer. Você deixa de comprar uma roupa, mas comer não tem como”, diz.

Em um trailer adaptado, ele produz hambúrgueres e vende os lanches no bairro Guaporé, uma região de condomínios fechados na zona Sul. “Aqui é uma região muito boa, onde tem muitos habitantes. Quero trabalhar com boa qualidade no produto, bom atendimento e focar no bairro.”

Em sociedade com a irmã, a empresária Maria de Fátima Cherude abriu um empório no bairro Jardim Nova Aliança, também na zona Sul. Além de produtos de toda ordem para atender emergências dos clientes, o pão francês e o pão de queijo é que puxam as vendas.

Maria de Fátima, que também mora no bairro, diz que a necessidade dela, que precisava se deslocar a grandes supermercados mais distantes, foi o que a inspirou. “Eu imaginei que todo mundo tivesse essa carência. A gente tem comércio na região, mas para esse socorro, essa necessidade de última hora, você precisa de um produto rápido e eu imaginei que fosse dar certo”, afirma.

Apesar dos exemplos prósperos, o economista José Rita Moreira alerta que é preciso planejamento na hora de empreender. “Se for bem conduzida, a área de alimentação dá muito certo. O risco é partir para um negócio como esse sem estar preparado, sem fazer um plano de negócios, sem ter orientação do Sebrae, simplesmente achar que faz um bom produto e começar a vender.”

Moreira cita que o empreendedor deve avaliar a localização, o fluxo de caixa, o fornecedor, a concorrência, para calcular os prós e os contras. “A alimentação também foi um destaque em toda a cadeia de produtos e serviços. Sempre vai haver uma necessidade de alimentação. Mas ele não é para aventureiros, precisa estudar bem antes de começar.”


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