Ribeirão Preto registra 45 mortes no trânsito no primeiro semestre

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de julho de 2019 às 22:05
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:41
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Motociclistas representam pouco mais da metade das vítimas. Junho foi o mês com mais ocorrências com mortes

Dados do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga) apontam que Ribeirão Preto registrou 45 mortes no trânsito de janeiro a junho de 2019. O número é 8,9% menor se comparado ao mesmo período de 2018, mas revelam que os acidentes envolvendo motociclistas ainda aparecem no topo da lista.

No primeiro semestre de 2019, 24 ocupantes de motos morreram – o mesmo número de 2018.

Em maio, a moto dirigida pela estudante de enfermagem Bruna Brito, de 23 anos, foi atingida na traseira por um carro que seguia pela Rodovia Alexandre Balbo (SP-328). O motorista deixou o local sem prestar sem socorro. Testemunhas disseram à polícia que ele seguia em alta velocidade e em ziguezague.

Bruna não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu no local. O suspeito se apresentou à Polícia Civil dois dias após o acidente, mas não ficou preso.

Mãe da jovem, Luiza Brito dos Santos convive com a saudade e com a dor.

A morte interrompeu os sonhos de Bruna, que planejava abrir um orfanato e já havia feito trabalho voluntário na África. “Na minha mente, eu penso que ela está na África e a qualquer momento ela vai chegar. Mas aí a realidade vem e você sabe que ela não vai voltar”, diz.

Apesar da intensificação realizada em maio com a campanha de prevenção aos acidentes, o mês de junho segue com o maior número de ocorrências. Foram 12 mortes este ano contra 16 no ano passado.

Eliézer Evangelista de Moraes, de 61 anos, morreu em junho deste ano após ser atropelado por uma mulher, no Anel Viário Norte. Ele voltava para casa quando teve a moto atingida. A motorista Ana Carolina Jerônimo, de 37 anos, foi socorrida, mas deixou o pronto-socorro antes mesmo da chegada da polícia.

Ela se apresentou à delegacia oito dias depois e disse que não enxergou a vítima na pista. Ela estava com a carteira de habilitação vencida e não podia dirigir.

Quem também sente a dor da perda de um familiar para o trânsito é Eliane Aparecida Previato. Ela ainda tenta se recuperar da morte do vigilante Flávio Previato, de 51 anos. Em janeiro, ele seguia de moto pela Avenida Eduardo Andrea Matarazzo (Via Norte), quando foi atingido por um carro na contramão.

O motorista Cleyton Gomes está preso e responde processo por dirigir bêbado. “Motoqueiro corre um risco muito grande nas ruas. As pessoas precisam ter mais prudência, respeitar o limite de velocidade, respeitar o trânsito, porque hoje está muito complicado andar em Ribeirão Preto. Não foi um acidente, foi um crime”, diz Eliane.

A mãe da estudante Bruna também cita que falta responsabilidade aos condutores. “Eu queria que as pessoas tivessem um pouco de consciência e responsabilidade. Elas chegam a beber e a perder a noção e elas tiram vidas que têm sonhos, que tinham um caminho para realizar. Tudo é interrompido. Que eles possam pensar um pouco e tenham mais consciência do que eles fazem.”


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