Reinan, O Novo Rei do Baião

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 21 de março de 2017 às 11:55
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:08
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“Quando olhei a terra ardendo, qual fogueira de São
João…” Já cantava a bela melodia de Luiz Gonzaga em sua Asa Branca. E não é
que no final do ano passado a terra ardeu e continua ardendo, mas as asas hoje
não são brancas e sim Norte e Sul. E na fogueira alguém adivinha quem está? Que
me perdoe o velho Gonzagão que um dia carregou meu pai no colo, mas quem
carrega o Brasil no colo hoje é outro Rei do Baião, o Reinan!!

Se for verdade que vivemos em uma República segundo a
Carta Magna, na visão do seu mais famoso intérprete o Império ainda predomina,
mas o Rei não tem sobrenome Orleans e Bragança e sua origem não é Portugal, mas
sim a famosa Alagoas. Foi assim, que em um conturbado dia de julgamento no
Pretório Excelsior, vulgo STF, foi tomada a decisão de manter Sua Alteza em seu
trono, apesar do precedente já cunhado por outro membro do Império, este agora
já no calabouço. 

E o nome da ação que pediu seu afastamento não poderia
ser menos majestoso Medida Cautelar na Argüição de Descumprimento de Preceito
Fundamental (parágrafo 1º do artigo 102 da C. F. e Lei 9.882/99), pedido este
que visava afastar o Presidente do Senado, visto ter-se tornado réu em ação
criminal em trâmite também pelo Supremo e estar impedido de entrar na linha
sucessória do Presidente da República, nos termos dos artigos 80 e 86 I da
Constituição Federal.

Ocorre que meses antes, a Suprema Côrte (Côrte-Rei
qualquer semelhança é mera coincidência) já havia decidido que o Ex-Presidente
da Câmara Eduardo Cunha, deveria ser afastado do cargo, por já ser réu em
processo crime e ser o primeiro na linha sucessória da Presidência após o Vice.
A decisão foi por unanimidade. Oh!!!

Cassado o primeiro, chegou a vez do Rei, o segundo na
linha sucessória, mas o primeiro amuleto de todos os partidos. E ai ele mostrou
o porquê é dono do trono. Pois um súdito e insubordinável Ministro em seu lugar
e com seu cajado imperial regeu a interpretação da Carta Magna com maestria,
mantendo o status quo em perfeita ordem. Viva o Rei!!! Bradaram Coxinhas e
Mortadelas, enquanto o Reino estava “à salvo”, Sua Majestade mostrou que não se
verga a precedentes mesquinhamente legais e que está  do lado, embaixo e acima do bem e do mal. 

Incautos dirão que o ano de 2016 foi do Juiz Moro, que
bombou seus seguidores no twitter! Este tomou um sonoro “pito” do saudoso
Ministro Teori, quando se atreveu a mexer com os amigos do Reinan, que ainda
como bom e astuto Imperador, zombou perante a plebe da decisão de um “juizeco
de 1ª. Instância”.

Diz um provérbio que “Antes bom Rei, que boa Lei”. Em
qual decisão o Excelsior estava certo? Favor
Rei
ou Favor Cunha? Por mais que seja doloroso e moralmente difícil
aceitar, a decisão Favor Reinan, foi a mais juridicamente plausível! Banzai!?


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