Quer comprar um smartwatch? Saiba o que levar em consideração

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 17 de outubro de 2019 às 11:27
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:55
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Relógios também se tornaram digitais e tiveram seu conceito reformulado pela indústria

Quando os smartphones assumiram protagonismo entre os acessórios, diversos itens se tornaram dispensáveis. Os relógios de pulso, por exemplo, tiveram a função de mostrar as horas incorporada ao celular, o que levou muitos a prever o declínio desse objeto, que era desejo de muitos consumidores.

Mas os relógios também se tornaram digitais e tiveram seu conceito reformulado pela indústria: receberam funções que, antes, estavam disponíveis apenas nos smartphones, além de novas características, muito vinculadas a esporte e saúde.

O Apple Watch provavelmente é o wearable mais lembrado quando falamos desse acessório. A primeira geração dele serviu de inspiração para a criação de centenas de modelos similares, e outros fabricantes passaram a investir numa linha de produtos desse tipo.

Os primeiros modelos eram úteis, porém limitados. Boa parte das funcionalidades eram dependentes da conectividade com o smartphone — na prática os relógios cumpriam o papel de mostradores de notificações de mensagens recebidas no celular.

Nas gerações seguintes os modelos passaram a operar de maneira independente e começaram a ter até conectividade própria, com disponibilidade de rede celular e conectividade com fones sem fio.

Por isso é preciso conhecer as características que devem ser levadas em conta na hora de escolher o smartwatch ideal.

Conectividade com o celular

O smartwatch, por mais que ofereça recursos próprios, se torna mais útil quando for capaz de sincronizar dados com o celular. E para que isso ocorra, o smartphone precisa ter um aplicativo compatível com o relógio.

Smartwatches mais baratos podem não oferecer aplicativos oficiais. São muitos modelos que indicam sites para baixar o app de sincronia de dados.

O problema de baixar esses aplicativos fora das lojas oficiais é que será preciso alterar as configurações de segurança do Android, permitindo a instalação de aplicativos a partir de fontes desconhecidas. No caso da Apple, esse download não é permitido pelo sistema.

Resistência a água

Um bom relógio não deve estar vulnerável a água, mas isso não significa que, necessariamente, ele tenha que servir como um acessório de mergulho.

O ideal é que ele seja capaz de suportar pequenas imersões na água sem que isso comprometa o seu funcionamento.

Deve vir indicado no manual do fabricante qual é a capacidade suportada de imersão. Veja as métricas nesses casos:

  • 3 ATM ou 30 metros: suporta respingos de água, como chuva ou no momento de lavar as mãos.
  • 5 ATM ou 50 metros: permite que você tenha um contato um pouco maior com a água, como durante a lavagem do seu carro.
  • 10 ATM ou 100 metros: apesar de não ser indicado para mergulhos em grandes profundidades, possibilita que você entre no mar e na piscina por um período mais prolongado.
  • 15 ATM ou 150 metros: é possível mergulhar (quando não tiver usando equipamentos) em profundidades maiores e também praticar esportes aquáticos.
  • 20 ATM ou 200 metros: muito resistente, permite mergulhar com equipamentos em grandes profundidades.

Autonomia de bateria

Um dos pontos fracos encontrados na primeira geração de smartwatches, era a autonomia da bateria. Boa parte dos modelos requeriam que a bateria fosse carregada durante a noite.

Essa limitação impedia que fosse usada a função de monitoramento do sono, pois para que ela coletasse dados do usuário enquanto ele estivesse dormindo, seria preciso estar usando o relógio.

O tempo de duração varia conforme o uso das funções do relógio e a permanência em que ele ficar sincronizando dados pelo Bluetooth.

Ajustes no brilho da tela, ativação do display para exibição da hora, entre outras configurações ajudam a economizar energia.

Existem alguns modelos que utilizam bateria não recarregável, e que podem ser usados durante meses e após a bateria precisa ser substituída por um relojoeiro. Geralmente esses modelos possuem um display muito semelhante ao de um relógio digital convencional, para poupar energia da bateria.

O leitor deve ficar muito atento a esse quesito. Quanto maior for a autonomia da bateria, melhor.

Durabilidade e materiais

A qualidade dos componentes usados na construção do relógio é fundamental para uma maior durabilidade, principalmente o material empregado na construção da tela.

Os smartwatches podem ser feitos de vários materiais, como aço inoxidável, alumínio, PVC, fibra de carbono. Isso influencia diretamente no conforto de usá-lo e também na resistência a pequenos impactos.

A tela é um dos itens mais sensíveis, e a sua resistência também deve ser levada em consideração. É possível encontrar modelos com tela Gorilla Glass, safira, vidro. A maioria dos modelos de entrada apresentam telas Gorilla Glass.

A pulseira também é um item que não deve ser ignorado. Alguns modelos oferecem a possibilidade de opções personalizada, para fazer esportes ou com uma cara mais social, com materiais e cores diferentes. É importante verificar a disponibilidade e custo das peças de reposição.

Funcionalidades e aplicativos

Não basta ser um relógio bem construído, com uma boa autonomia de bateria, se ele não oferecer funcionalidades relevantes, pois são elas que determinam o quanto ele será útil.

Os principais sistemas operacionais que equipam os relógios inteligentes são os seguintes:

  • Android Wear;
  • Tizen for Wearables;
  • WebOS;
  • FitbitOS;
  • WatchOS;
  • Amazfit OS;

Cada uma dessas plataforma oferece a possibilidade de instalar os seus aplicativos. Os modelos de relógios mais simples utilizam um sistema operacional capaz apenas de realizar as funções básicas e sincronização de dados com o celular — não é possível baixar e instalar aplicativos no próprio relógio.

Poder instalar apps adicionais, aumenta a disponibilidade de funções para o smartwatch.

Veja algumas das funções nos aparelhos.

Acelerômetro

É o sensor principal para a coleta de dados relacionados ao movimento. Essas informações são utilizadas nas funções de controle do sono, contador de passos, exibição de notificações.

Aplicativos para prática de esportes

Os aplicativos correspondem as funcionalidades do relógio, para quem pretende usá-lo para gerenciar a prática de atividades esportivas (corrida, ciclismo, natação, caminhada), é importante avaliar o funcionamento de cada app. Alguns modelos mais completos permitem baixar e instalar aplicativos adicionais.

O monitor de sedentarismo, por exemplo, exibe um alerta baseado no tempo de inatividade do usuário.

Já o contador de passos é uma outra maneira de coletar dados e indicar o quanto o usuário é ativo. Especialistas recomendam 10 mil passos por dia.

Monitor do sono

É um recurso que indica as interrupções que ocorreram durante o período de sono, para a coleta de dados é necessário estar usando o relógio.

Os dados são apresentados pelo aplicativo de gerenciamento do dispositivo ou por aplicativos específicos, feitos para esse fim. Esse tipo de indicador serve para aferir a qualidade do sono “profundo”.

A qualidade do sono representa mais saúde e o relógio ajuda a evidenciar algum tipo de distúrbio na qualidade do repouso.

Gravador de voz

A opção de gravador de voz não está presente em todos os modelos, pois ela depende de uma capacidade de armazenamento de dados adicional.

É preciso verificar no manual do aparelho sobre a disponibilidade desse recurso.

GPS

É um item indispensável para quem faz caminhadas ou corridas de rua. As informações são coletadas e apresentadas no app que gerencia os recursos do relógio.

A precisão do GPS é desejável para fazer um histórico preciso da atividade, apresentar estatísticas do desempenho. Nem todos os relógios oferecem essa função, pois aumenta consideravelmente o preço.

Monitor de batimentos cardíacos

A medição do número de batimentos é feita com a ajuda dos LEDs, que ficam piscando interruptamente durante centenas de vezes por segundo. Eles servem para identificar a intensidade em que o fluxo sanguíneo corre pelas veias, então o sensor do smartwatch detecta e contabiliza esse número, fazendo o cálculo entre o intervalo de tempo em cada batida.

A coleta de dados vitais é um recurso presente em boa parte dos relógios inteligentes. Alguns oferecem a leitura do quantidade de batimentos cardíacos, pressão sanguínea e até eletrocardiograma (ECG).

Já existem modelos que contam com um chip de inteligência artificial para a medição e monitoramento da biometria cardíaca — esses podem indicar anormalidades e ajudam na prevenção de doenças.

Mas a leitura dos dados vitais, para não haver distorções, requer que o usuário siga todas as instruções do fabricante.

Além das funções descritas acima, cada fabricante adiciona os seus próprios recursos, e cabe ao leitor avaliar se vale a pena pagar mais caro em detrimento de funcionalidades que talvez nem serão usadas.

Além dos smartwatches, também é possível encontrar smartbands (pulseiras inteligentes), que são dispositivos com as principais funções presentes nos relógios inteligentes.

Custo e benefício

Os recursos de hardware nem sempre são exaltados pelos fabricantes: nos modelos baratos sequer é possível saber a quantidade de memória RAM, modelo de processador, capacidade de armazenamento e até mesmo o sistema operacional.

Esse conjunto de especificações, determina quais funções um smartwatch será capaz de executar — quanto mais avançadas, mais caro será o relógio.

O material empregado na fabricação influencia, mas são esses detalhes técnicos que determinam os benefícios que um relógio poderá oferecer em termos de funções.

As funções básicas são oferecidas por todos, mas maior desempenho, tamanho da tela, recursos avançados, só estão presentes nos modelos mais caros.


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