PSB vota com Gilson e dá pistas de nova ordem na Câmara dos Vereadores

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 14 de dezembro de 2017 às 08:04
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:29
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Nomeação de primeiro secretário do partido, Elcio Boni, para a pasta de Esportes, ocorreu esta semana

​A Câmara dos Vereadores parece estar entrando em uma nova fase quanto ao relacionamento entre o governo de Gilson de Souza (DEM) e a bancada do PSB. Na última sessão, Claudinei da Rocha e Pastor Palamoni votaram em todos os projetos do prefeito, inclusive no polêmico projeto da Secretaria de Negócios Jurídicos.

Após um ano cheio de altos e baixos no relacionamento entre o governo e o PSB, parece que as coisas estão se acertando para Gilson de Souza. No princípio de seu mandato, o partido votava com ele.

Depois, ocorreu um certo distanciamento, que caminhava para uma ruptura total. Neste período, os vereadores do PSB assinaram um manifesto “enquadrando” o prefeito para que ele pagasse as emendas impositivas do ano passado – o que ainda não ocorreu.

Ainda nesta fase de distanciamento, Palamoni e Claudinei votaram favoravelmente à abertura de uma Comissão Processante contra Gilson, que está entrando em sua fase final e pode até cassar o mandato do prefeito. 

Claudinei ainda teve entreveros com vereadores da base, como Corrêa Neves Júnior (PSD) e, ainda pior, com Nirley de Souza (PP), irmão de Gilson. O prefeito parecia em desvantagem, mas a coisa começou a tomar outros rumos antes da eleição para presidente da Câmara. 

O vereador estava praticamente eleito, mas o governo lhe aplicou uma rasteira e elegeu, sem sofrimento, Donizete Mercúrio (PSDB), da base, para o cargo. Porém, o PSB foi prestigiado com a primeira-secretaria, que ficará com Palamoni.

Esta semana veio a “bandeira branca” definitiva. Elcio Boni, do partido de Claudinei, foi nomeado secretário de Esportes e, na sequência, os dois vereadores aprovaram todas as matérias apresentadas pelo prefeito na sessão extraordinária de quarta-feira. É a primeira pasta comandada pelo partido na gestão de Gilson.

A conta é simples: Gilson vai precisar dos votos de Palamoni e Claudinei em caso da Comissão Processante decidir por sua cassação, para evitar que ela aconteça. Além disso, se realmente eles integrarem abertamente a base governista, o prefeito passa a ter dez votos na Câmara, suficientes para aprovar o que ele bem entender. 

Por outro lado, sem o governo, os vereadores não conseguem avançar nas demandas de seus eleitores sem o prefeito concordar e realizar os projetos. Um lado precisa do outro.

Nada de errado na reaproximação entre o prefeito, o PSB – que já conta com vários cargos desde o início do mandato – e seus vereadores. É lícito e faz parte do jogo político que, até agora, em relação à Câmara, Gilson tem conseguido jogar bem. E vencer.


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