​Projeto é tido como retaliação do prefeito após denúncia de procuradores

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 8 de dezembro de 2017 às 09:40
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:28
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Durante seu depoimento, procurador municipal apontou para indícios de prevaricação por Gilson de Souza

Pessoas que acompanham a política francana e transitam pelo gabinete do prefeito Gilson de Souza (DEM) afirmam que o projeto de lei enviado por ele ao Legislativo tem duas motivações principais: 1) realocar a advogada Marcela Francisco, de sua confiança, ao poder decisório da Procuradoria Jurídica, e 2) com isso exercer uma espécie de controle sobre os procuradores.

Seria um tipo de retaliação aos procuradores municipais, que depuseram na semana passada à Comissão Processante que avalia a possibilidade de cassação de Gilson pela Câmara. 

O subprocurador Eduardo Campanaro fez declarações fortes, que apontam inclusive para uma suposta prevaricação do prefeito.

Campanaro afirmou ter levado ao prefeito uma suposta situação de propina envolvendo um vereador e uma construtora, após ser procurado pelo vereador Ilton Ferreira (DEM), que lhe denunciou a situação.

O procurador Campanaro então disse ter procurado o prefeito Gilson de Souza e levado ao seu conhecimento a denúncia, mas que foi surpreendido com a reação do chefe do Poder Executivo.

“Ele afirmou que se fosse dar bola para essa bobajada não governava”.

Eduardo então afirmou que não faria mais parte do grupo que trabalhava no projeto de alteração da lei de parcelamento do solo em Franca que teria, justamente, o objetivo de favorecer a mesma construtora.

A oitiva foi tida pela Comissão Processante como “bombástica”, pois aponta uma suposta prevaricação do prefeito, que ainda poderá lhe render muitos problemas, incluindo-se aí denúncias da própria comissão ao Ministério Público e ao Gaeco, que poderão resultar em investigações no âmbito civil e criminal. 

O descontentamento do governo é tão nítido com os procuradores, de forma geral, que o vereador Corrêa Neves Júnior (PSD), um dos maiores pilares de Gilson na Câmara, criticou os mesmos abertamente em seu programa na rádio Difusora – mas não exatamente por este motivo e sim por conta do chamamento público das creches. 

“Tô de saco cheio desse negócio de procurador. Saco cheio. Pelo amor de Deus. Teve um que pegou um processo lá que estou acompanhando e levou para casa. Estava há não sei quantos meses na casa do procurador. Que história é essa? A cidade não pode ser refém de ninguém não, muito menos de procurador”,  disse, aos gritos.


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