Profissões ligadas aos cuidados com a 3ª idade estão em alta no mercado

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  • Publicado em 5 de junho de 2019 às 22:42
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:36
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Cuidador de Idosos é uma das áreas que mais ganhou espaço nos últimos anos; qualificação é fundamental

Segundo
dados do Ministério do Trabalho, em dez anos, de 2007 a 2017, a atividade de
cuidador de idosos teve crescimento de cerca de 550%. Com esses números, lidera
o ranking das ocupações que mais ganharam espaço no mercado. Não é difícil
entender o motivo quando se lembra que a expectativa de vida no Brasil passou
de 54 anos, na década de 60, para 76, em 2018. Os números vão colocar o país na
sexta posição dos números índices com a maior quantidades de idosos até 2025.
Portanto, à medida que a população envelhece, a necessidade de cuidados
especiais aumenta.

A
atividade de cuidador, no entanto, nunca foi regulamentada. Em maio de 2019, o
Senado aprovou o projeto de lei que normaliza a profissão. Agora só falta a
sanção presidencial. Para exercer a função é necessário ter ensino fundamental
completo e curso de qualificação na área (com carga horária de 160 horas, pelo
menos), idade mínima de 18 anos, e não ter antecedentes criminais.

Números em alta

No
ano passado, outras carreiras ligadas ao setor da saúde se destacaram na
geração de vagas com carteira assinada. De acordo com o Ministério do Trabalho,
foram 46.991 contratações para enfermagem, 38.608 farmacêuticos, 11.884 para
médicos clínicos e mais de 10 mil nutricionistas e fisioterapeutas. É um
segmento que deve continuar com oportunidades de emprego até o final de 2019.

O
diretor do Grupo Canadá Saúde, Eduardo Frutuoso, com quatro unidades de
residenciais sênior em Ribeirão Preto, é fisioterapeuta e administrador de
empresas. Para ele, a saúde é uma área promissora, ainda mais diante do cenário
de envelhecimento da população. “Existem, de fato, muitas oportunidades de
trabalho. Em nossos residenciais sênior, temos uma equipe multidisciplinar, são
quase 100 colaboradores entre cuidadores, técnico e auxiliar de enfermagem,
enfermeiros padrão, fisioterapeutas, psicólogos, farmacêuticos e
nutricionistas. Estamos sempre em busca de aprimorar a  equipe para
podermos melhorar continuadamente nossa prestação de serviços.”

Segundo
Frutuoso, a qualificação profissional é fundamental na hora da contratação.
“Porém além de ser um profissional especializado é importante nesse
trabalho ter a sensibilidade para lidar com idosos”, destaca.

Amor pelo que faz

Mateus
Lopes trabalha há quase um ano no Canadá Residencial Sênior. Antes, exercia a
profissão de jardineiro. Atualmente ele está cursando técnico de enfermagem e
trabalha como cuidador na empresa. “Acredito que um dos pontos fundamentais
também para a minha contratação, além da qualificação, foi quando eu disse que
gosto de atuar com idosos. Na verdade, no meu dia a dia, vejo os meus avós em
cada um deles e tenho o mesmo carinho por todos. Estou muito satisfeito e feliz
com a nova profissão”, diz.

Mão de obra qualificada

Muitos
projetos de capacitação e formação têm sido ofertados pelo país. A ideia é
preparar melhor os candidatos e aproveitar o nicho que surge a partir dessa
demanda na área de saúde.

O
Senac de Ribeirão Preto, por exemplo, oferece o curso de Cuidador de Idosos, com
duração de 160 horas. Segundo Faustino Correia Neto, docente da área de saúde e
bem-estar da unidade,  as turmas, compostas por 33 alunos, costumam estar
com vagas esgotadas em curto período de tempo, pois a procura pelas formações
voltadas para os cuidados com idosos é cada vez maior.  “As oportunidades
que disponibilizamos são importantes na capacitação da mão de obra para a
prestação desse serviço, e quem ganha é a população. O cuidador é preparado
para o mercado de trabalho tanto em termos técnicos como humanitários. A
regulamentação da área é uma ótima notícia, porque garante direitos
trabalhistas aos profissionais. Os idosos também são beneficiados com isso,
pois são cuidados por profissionais com mais conhecimento e preparo na área da
saúde”, afirma


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