Produtos hortifruti têm queda de preço pelo segundo mês seguido

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  • Publicado em 13 de julho de 2019 às 14:06
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:40
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Desde 2013 não havia queda seguida na inflação entre maio e junho. Índice fica em 2,48% no acumulado de 2019

O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), registrou deflação em junho, com queda de 0,54%. O resultado contribuiu para desacelerar o acumulado do ano, que está em alta de 2,48%. 

Já no acumulado dos últimos 12 meses, o IPS tinha registrado um aumento de 7,82% até maio, ainda refletindo os efeitos da quebra de safra do feijão, em 2018; porém, com a segunda queda consecutiva nos preços dos produtos hortifrutigranjeiros, o índice caiu para 3,55% nos últimos 12 meses até junho.

“Produtos consumidos no do dia a dia do brasileiro, como feijão, batata e cebola, tiveram forte queda em junho, o que resultou em alívio no índice geral de preços. Caso o cenário tivesse se mantido, a APAS poderia até refazer sua previsão de inflação dos supermercados, mas como os últimos dois meses foram de recuperação, a projeção de 4% de inflação em 2019 está mantida”, explicou o economista da APAS, Thiago Berka.

Índice de Preços dos Supermercados (IPS/APAS)

Fonte: APAS/FIPE

Em junho, das 27 categorias acompanhadas, apenas nove apresentaram inflação e 18 mostraram queda de preços. Este cenário é muito semelhante ao observado no mês anterior, quando foram registrados aumentos em oito categorias.

Fonte: APAS/FIPE

Destaques de Junho/19

Feijão: colheita produtiva no campo faz preços caírem novamente

A safra brasileira de feijão de abril e maio apresentou bons resultados, conseguindo recuperar a primeira safra do ano que foi considerada muito ruim. O resultado positivo foi fundamental para gerar queda de preço do produto nos supermercados. Este foi o terceiro mês seguido de redução nos valores nas gôndolas: 7% em abril, 17% em maio e 15,5% em junho. 

“O susto que o consumidor tomou com o preço do feijão em janeiro e fevereiro deste ano já pode ser considerado superado uma vez que a oferta se reequilibrou no campo e as sacas estão estáveis variando entre R$ 140,00 e R$ 150,00. O preço por kg no varejo varia entre R$ 5,00 e R$ 6,00 reais para o feijão preto e para o feijão carioca entre R$ 4,00 e R$ 5,50 reais.”, comentou o economista da APAS.

Batata e Cebola: alívio de preços traz benefícios para utilização em vários pratos

Utilizadas para compor diversos pratos, a batata e a cebola desempenham papel protagonista no orçamento de alimentos, e a deflação de ambas beneficiou os preços nos supermercados. Em relação à cebola, houve queda de 4,5% na cotação do atacado com as colheitas intensas em São Paulo e no cerrado, o que diminuiu a importação da cebola argentina, mais cara. 

Já a batata continua com altos preços no atacado: R$ 142,59 o saco de 50 kg, bem acima dos R$103,42 do mesmo mês do ano passado. Por conta dos altos preços, o consumidor trocou a batata por produtos similares e mais baratos e o efeito da substituição contribuiu para a queda de 4,47% no preço em relação ao mês passado.

“Em julho, o consumidor vai observar nos supermercados melhores preços com a colheita chegando ao final até o término do mês”, alertou Berka.

Café: sexta queda mensal seguida faz 2019 ter preços 5% mais baratos

O café é um destaque no ano, uma vez que a versão em pó apresenta queda de 5,17% no acumulado do ano. No mês de junho, a deflação foi de 0,82%. Com quase 15% de preços menores no atacado na temporada atual frente à anterior, a explicação se dá pelas safras recordes no Brasil, Vietnã e Colômbia, os maiores produtores. 

“O Brasil cresceu 37% na safra, com recorde de 61 milhões de sacas. Então, os efeitos da maior oferta global estão sendo sentidos no país”, comentou Berka.

 

Hortifrutigranjeiros: preços de laranja e alface também caem fortemente no mês

A novidade boa ao consumidor nos supermercados é que o preço da laranja, uma das frutas preferidas do brasileiro, caiu 17,5% em junho. Foi a primeira vez que o preço da caixa, em 2019 (R$ 21,00), ficou abaixo do preço de 2018 (R$ 26,00) para o mesmo mês. Os motivos estão nas temperaturas do período, que diminuem a demanda, e na safra de maio, que aumenta as ofertas.

No caso da alface, a nova deflação foi de 10,5% com o aumento do plantio em Teresópolis e com safras sendo colhidas em diversas regiões produtoras. O consumidor poderá aproveitar, em julho, os preços e a boa qualidade do produto, resultados da alta produtividade no ano.

Informações adicionais

Fonte: APAS/FIPE

Os 10 produtos que apresentaram as maiores variações negativas

Fonte: APAS/FIPE

Os 10 produtos que apresentaram as maiores variações positivas

Fonte: APAS/FIPE

Nota Metodológica

O Índice de Preços dos Supermercados tem como objetivo acompanhar as variações relativas de preços praticados no setor supermercadista ao longo do tempo. O Índice de Preços dos Supermercados é composto por 225 itens pesquisados mensalmente em 6 categorias: i) Semielaborados (Carnes Bovinas, Carnes Suínas, Aves, Pescados, Leite, Cereais); ii) Industrializados (Derivados do Leite, Derivados da Carne, Panificados, Café, Achocolatado em Pó e Chás, Adoçantes, Doces, Biscoitos e Salgadinhos, Óleos, Massas, Farinha e Féculas, Condimentos e Sopa, Enlatados e Conservas, Alimentos prontos,); iii) Produto In Natura (Frutas, Legumes, Tubérculos, Ovos, Verduras); iv) Bebidas (Bebidas Alcoólicas, Bebidas Não Alcoólicas); v) Artigos de Limpeza; vi) Artigos de Higiene e Beleza. Assim, o IPS se apresenta como instrumento útil aos empresários do setor na tomada de decisões com relação a preços e custos dos mais diversos produtos. No que diz respeito à indústria, de maneira análoga, possibilita a tomada de decisão com relação a preços e custos dos produtos destinados aos supermercados. Ao mercado e aos consumidores é útil para a análise da variação de preços ao longo do tempo possibilitando o acompanhamento da evolução dos custos ao consumidor do setor supermercadista.

Sobre a APAS – A Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento. A entidade tem aproximadamente 1.500 associados, que somam cerca de 4.000 lojas.  


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