​Produtores estimam que safra de 2020 pode ser de 3 milhões de sacas de café

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 24 de maio de 2020 às 20:20
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:45
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Com início da colheita em grande parte das propriedades da Alta Mogiana, cafeicultores temem geada

Temperaturas muito baixas podem trazer sérios prejuízos aos cafezais da Alta Mogiana. Com a chegada do clima frio, as lavouras do café podem sentir os efeitos. Por isso a preocupação dos produtores. 

Afora o clima, a safra deste ano na região é muito otimista e por se tratar de um ano de bienalidade alta, a expectativa é que a região produza cerca de 3 milhões e 200 mil sacas de cafés de 60 quilos cada. A base para esse número é estipulada nas médias de produção na região.

No ano passado, nos primeiros meses após o plantio o clima não favoreceu 100% o desenvolvimento da safra, gerando um pouco de preocupação naquele período, segundo comentou Adilson Machado Júnior, coordenador de operações de café de uma das cooperativas de Franca. 

“No início de setembro tivemos algumas chuvas  que desenvolveu algumas floradas que não tiveram pegamento e depois em outubro a gente teve muitas chuvas irregulares”, explica. 

Na Alta Mogiana, a quebra de produtividade deverá ficar entre 5 e 7% abaixo do que era esperado em questão de produtividade. “Em volume, tudo indica que será uma safra maior que em 2018”.

Adilson destaca ainda que, com exceção das chuvas de setembro, nos outros meses de desenvolvimento o clima foi favorável para a produção na região.

“A questão foi extremamente favorável para o café neste ano. A gente vinha de uma safra baixa, onde as lavouras estavam em recuperação e não fizemos nada que prejudicasse os trabalhos. Estamos esperando uma safra bem uniforme, com bons grãos e de qualidade”, afirma.

Durante o ano de 2019, o produtor de café enfrentou preços abaixo do que esperado pelo setor. 

Segundo Adilson, na região da Alta Mogiana, para grande parte dos produtores os valores não geraram impactos negativos, tendo em vista que muitos compraram os fertilizantes de maneira antecipada, em forma de barter (permuta ou troca) 

“Mesmo com os preços tão baixos, principalmente no começo de 2019, isso não foi algo de interferência na rentabilidade do produtor, seja na compra de defensivos ou fertilizantes, que ficaram dentro de uma base histórica da relação reais x sacas”, destaca o coordenador.

Apesar da aversão ao risco por conta do coronavírus, o mercado do café ainda não foi diretamente afetado pela pandemia.

Mesmo nos dias em que todo o setor global financeiro registrou baixas, o mercado futuro do café manteve os bons preços na Bolsa de Nova York, ficando com valores acima do que o mercado encontrou ao longo de todo o ano de 2019.

Como consequência da Covid-19, incertezas com o embarque nos próximos meses e sobretudo a falta de café do mercado neste momento de entressafra sustentam os preços em Nova York. 

Os estoques disponíveis atualmente em vários barracões e cooperativas contam com apenas 10%, aguardando a entrada da nova safra. 

“A incerteza não afetou o mercado de modo geral, a gente não vê aquela agressividade de fazer negócio, seja no mercado internou ou externo, igual a gente viu nas altas de outubro e novembro”, destaca.

MÃO DE OBRA 

A mão de obra na Alta Mogiana, de acordo com Adilson, é em sua maior parte feita de maneira mecanizada, o que não deve trazer grandes problemas para a região, sem registrar atrasos nos trabalhos. 

Para que os cafeicultores possam trabalhar com segurança, o Ministério do Trabalho tem orientado produtores quantos às normas de higienização e medidas de segurança.


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