Prefeitura tenta dar um “passa-moleque” nos vereadores. Veja como

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 5 de junho de 2018 às 13:04
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:47
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Orivaldo Donzeli vai substituir Secretária de Finanças por 15 dias, que só deve falar daqui um mês

Os vereadores de Franca discutem nesta terça-feira (05) proposta de autoria dos parlamentares  Kaká (PSDB), Adermis Marini (PSDB), Della Motta (Podemos) e Marco Garcia (PPS) que, em requerimento, solicitam a presença na Casa da secretária de Finanças de Franca, Tânia Bertholino, para que ela dê explicações sobre as contas públicas do município.

A convocação está marcando a presença de Tânia para o dia 12 de junho, ocasião na qual ela poderia ser questionada sobre os seguidos desencontros de informações e eventuais déficits nas contas da Prefeitura, de R$ 6 milhões, em dezembro, e R$ 14 milhões, até abril de 2018, em recursos próprios, oficializados na prestação de contas do governo de Gilson de Souza (DEM).

Entretanto, certamente, no dia 12 de junho, Tânia Bertholino não estará na Câmara. Caso a Prefeitura decida atender o requerimento dos vereadores, quem deverá ir responder as questões é Orivaldo Donzeli, do Gabinete do Prefeito. 

Ocorre que no dia 12 de junho, Tânia Bertholino, funcionária de carreira da Prefeitura, estará de férias, segundo publicação nesta terça-feira, no Diário Oficial do Município de Franca (veja a íntegra abaixo). 

Por incrível coincidência (ou não). Tânia Bertholino entra em férias um dia antes da data em que seria convocada: ela gozará férias  no período de 11 de junho a 26 de junho de 2018

Em síntese, caso queira empurrar o imbróglio para a frente, o Governo de Gilson de Souza poderá alegar que “a titular da Secretaria de Finanças encontra-se em férias e, portanto, impossibilitada de atender à convocação”. 

De outro lado, se Orivaldo Donzeli responde pelas Finanças no período em que a titular está em gozo de férias, ele poderia comparecer e, mais “tarimbado” na política, responder aos questionamentos dos vereadores, “aliviando a barra” do chefe, Gilson de Souza.  

Em síntese, se a Câmara quiser ouvi-la e não a Orivaldo, terá que esperar quase um mês (exatos 28 dias). 

Isso porque, a Secretária retornará das férias em 26 de junho, dia de Sessão da Câmara. Certamente alegará falta de tempo para se preparar com documentos e tabelas. 

A sessão seguinte da Câmara só ocorre em 3 de julho, uma semana depois do retorno da titular e 28 dias depois da eventual convocação (sem contar os dias que ela levaria para ser comunicada de ofício pela Presidência da Câmara). 

Se praticamente um mês será tempo suficiente para “esfriar” ou abafar o assunto, só quem pode definir é a Câmara, que teria como alternativa mudar o teor do Requerimento, trocando o nome do convocado de  Tânia Fernandes de Carvalho Bertholino


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