Gilson de Souza quer instalar Hospital da Mulher no “esqueleto” da marginal

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 11 de dezembro de 2017 às 11:26
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:28
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Somente a reforma do imóvel ficaria acima dos R$ 20 milhões, segundo estudos extraoficiais

​O antigo “esqueleto” de um prédio na Avenida Adhemar Pólo Filho, recentemente doado pelo Estado de São Paulo à Prefeitura de Franca, poderá ser transformado em uma unidade de saúde especializada no atendimento ao público feminino.

Tal pretensão foi revelada pelo prefeito Gilson de Souza (DEM), em recente evento no Parque “Fernando Costa” e também tem sido bastante comentada nos bastidores da Prefeitura.

A iniciativa de criar um Hospital da Mulher em Franca é louvável, haja vista a grande demanda deste público por atendimentos, principalmente os ambulatoriais e de rotina, uma vez que a quantidade de ginecologistas atendendo nas Unidades Básicas de Saúde está abaixo do ideal e as consultas pode demorar meses para serem agendadas.

No tocante a atendimentos de urgência, o problema é menor, haja vista que o pronto-socorro municipal e a Santa Casa de Franca mantém atendimento constante para casos que não pode haver espera, como problemas durante a gravidez. 

A Santa Casa, inclusive, chegou a manter uma ala somente para atender as mulheres, na Rua Padre Anchieta.

O problema é que a vontade do prefeito parece muito distante da realidade. 

Segundo declarou o ex-secretário de Finanças, Sebastião Ananias, no início deste ano, quando ainda fazia parte do governo de Gilson, em 2013, o custo para a conclusão do “esqueleto” era de R$ 20 milhões. 

Os valores atualizados, certamente, estão muito mais elevados.

Fora isso, existe a questão do financiamento. A Prefeitura não tem recursos, hoje, para terminar o prédio, mobiliar, comprar equipamentos e manter um Hospital da Mulher. A verba poderia vir do Estado ou da União. 

Mas aí entra outro questionamento: e o Hospital de Clínicas, promessa de campanha e sonho antigo de Gilson, ainda da época como deputado estadual? 

Gilson abriria mão para obter recursos e focar na unidade de atendimento da mulher? Porque o envio de verbas para ambos, de São Paulo ou Brasília, embora não seja impossível, é bem improvável.

É preciso que um gestor tenha os pés no chão. Suas palavras têm peso quando ditas em ambientes públicos e criam expectativas na população. 

Separar o que é sonho da realidade seria um bom começo. E que venham os dois hospitais, pois Franca precisa e merece. 

Mas um, no atual contexto, já estaria de bom tamanho.


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