​Prefeitos de cidades da região querem mobilização contra adiar as eleições

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 25 de maio de 2020 às 17:26
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:46
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Prefeitos do Comam farão documento ao Congresso Nacional pedindo que calendário eleitoral seja cumprido

​Enquanto o prefeito de Franca, Gilson de Souza não se mexe em relação à eleição deste ano, seus colegas da região estão em mobilização.

Como primeira ação, eles devem encaminhar documento de protesto pelo adiamento para o Senado e Câmara Federal. Eles vêm desgaste e empecilhos no adiamento da eleição.

Pelas redes sociais, os prefeitos que compõem o COMAM – Consórcio dos Municípios da Alta Mogiana – iniciaram suas manifestações contrárias à proposta do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso.

Também reagiram mal à proposta do senador Wellington Fagundes, que quer elevar o mandato para 6 anos.

O prefeito de Guará, engenheiro Vinicius Magno Figueira, conclamou todos os colegas do Consórcio para assinar documento contra a situação.

“O adiamento das eleições é extremamente complexo, pois para os gestores municipais o final de ano sempre é cercado de responsabilidades administrativas para fechamento de contas”, disse.

“Com responsabilidade sanitária tem que ser avaliada a melhor data, se é como está posto ou em data que não conflite com as obrigações administrativas de final de ano”.

“A Câmara Federal tem que ouvir os prefeitos, precisamos nos organizar enquanto Consórcio para tanto. O fracionamento em mais dias de pleito acarretará ônus para os Municípios”, comentou.

A prefeita de Aramina, Dalva Aparecida Pierazo Rodrigues disse que é impossível para quem está no mandato ter contas para fechar e campanha pra coordenar”.

Katiuscia Leonardo mostrou sua posição politica

Katiuscia Leonardo, prefeita de Cristais Paulista, explicou que é um absurdo o que está ocorrendo. “Precisamos nos mobilizar contra essa situação”. 

O prefeito de Pedregulho, Dirceu Polo Filho, o Dirceuzinho, ponderou: “Infelizmente, ser prefeito é isso: enquanto não precisam da gente nos tratam como peças de xadrez Só avançam quando há interesses deles e, na maioria das vezes, nos dão xeque mate, independente do mal que podem causar a todos nós, Isso é democracia?”.

Marcos Silva, assessor do Comam, explicou: “concordo com o Vinicius. Essa votação não pode ser virtual, precisa ter o debate pessoal no plenário da Câmara dos Deputados”. 

Ele destacou que o Comam irá preparar documento para encaminhar aos deputados e senadores com essas reivindicações.

POSIÇÕES 

O ministro Luís Roberto Barroso, futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que há um “risco real” de que as eleições municipais de outubro, para escolha de novos prefeitos e vereadores, sejam adiadas em razão da pandemia do novo coronavírus.

O primeiro turno das eleições municipais está marcado para 4 de outubro. Nas cidades em que houver segundo turno – somente podem ter segundo turno municípios com mais de 200 mil eleitores –, a data prevista é 25 de outubro. A mudança da data das eleições depende do Congresso.

“Por minha vontade, nada seria modificado porque as eleições são um rito vital para a democracia. Portanto, o ideal seria nós podermos realizar as eleições. Porém, há um risco real, e, a esta altura, indisfarçável, de que se possa vir a ter que adiá-las”, afirmou o ministro.

Barroso se disse ainda contrário à hipótese de se fazer a eleição municipal junto com a eleição nacional, em 2022, o que exigiria a prorrogação por dois anos dos mandatos dos atuais prefeitos e vereadores.

A proposta do senador Wellington Fagundes – que não tem muita adesão da Câmara Federal – é promover a eleição em 2022, proporcionando 6 anos a atual legislatura. 

Fagundes se defende afirmando que o objetivo é unificar definitivamente as eleições municipais com os pleitos estaduais e federais, de modo a economizar na organização pela Justiça eleitoral e no fundo partidário, cujos gastos se restringirão a cada quatro anos, ao invés do processo bienal que temos atualmente. 

A concentração das eleição permitirá economia aos cofres públicos e aos candidatos e eleitores, mobilizados com menor frequência.


+ Política