PMs de SP começam a usar câmeras após casos de violência policial

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 2 de agosto de 2020 às 13:34
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 21:03
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Medida ocorre após registros truculência da PM em abordagens durante a quarentena

Policia Militar de São Paulo começa a usar câmeras nas guarnições

Policiais militares da capital começaram a usar neste sábado (1º) 585 câmeras de segurança acopladas aos uniformes depois que casos de violência policial no estado de São Paulo vieram à tona, durante a pandemia de coronavírus, com a divulgação de vídeos nas redes sociais. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) (leia comunicado abaixo).

O programa “Olho Vivo”, apresentado em 22 de julho pelo governador João Doria (PSDB), pretende implantar 3 mil câmeras nos uniformes policiais até o fim do ano. 

Ele começou neste sábado com mais de 500 câmeras doadas pela iniciativa privada para o Comando de Policiamento da Capital. Mais um lote, de 2.500 aparelhos, será adquirido por meio de licitação internacional. O investimento anunciado será de R$ 7 milhões.

A medida ocorre em meio a críticas de entidades de direitos humanos e especialistas em segurança às abordagens feitas por PMs neste ano no estado.

“A utilização dos equipamentos tem como objetivo evitar eventuais abusos e registrar também desacatos e atos de violência cometidos contra policiais”, declarou o governador naquela ocasião. 

“A iniciativa vai, sim, reduzir muito o nível de violência de poucos policiais que cometem excessos. Nós vamos preservar a maioria expressiva da PM, que cumpre seu dever e sua obrigação de forma exemplar”.

Vídeos que circulam na internet mostram ações truculentas de policiais em suspeitos e cidadãos durante a quarentena. Por causa das agressões, alguns PMs foram presos e até afastados.

No mesmo período, também foi registrado aumento dos casos de letalidade policial, com mais pessoas mortas pela PM em comparação com o ano passado. Em contrapartida, também elevação no número de agentes mortos.

As câmeras vão servir agentes de três batalhões da Polícia Militar metropolitanos da capital (11º, 13º e 37º BPM-Ms). Tropas especiais, como as Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), não usarão o aparelho nesse momento.

De acordo com a corporação, a tecnologia vai captar áudio e vídeo ao vivo e oferecer mais segurança e transparência nas atividades policiais.

“As gravações preservam a atuação dos policiais e os direitos individuais dos cidadãos, além de fortalecer a produção de provas judiciais”, informa a nota da assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública.

Quem vai ligar e desligar a câmera será o próprio policial. Mas o que for gravado não poderá ser apagado, pois seguirá direto para uma ‘nuvem’. A orientação é de que o aparelho, que será do tamanho de um celular e ficará acoplado ao colete, seja ligado em toda operação policial.

Ao todo, a PM conta com mais de 84 mil policias no estado, entre homens e mulheres.


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