Pesquisa revela que 90% das mulheres já se sentiram menos respeitadas

  • Entre linhas
  • Publicado em 7 de março de 2018 às 09:28
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:36
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Apesar das evoluções, elas sentem que os homens ainda são mais respeitados no mercado de trabalho

Mesmo com os avanços em relação à igualdade de gênero
no mercado de trabalho, a sociedade ainda tem muito o que evoluir. É o que
mostra uma pesquisa realizada pela
Workana,
plataforma de trabalho freelance com atuação em toda a América Latina. O estudo
foi realizado com 1.500 brasileiras e, de acordo com o levantamento, cerca de
90% das mulheres sentem que os homens são mais respeitados no mercado de
trabalho.

Em 2017, muito se falou sobre as adversidades sofridas
pelas mulheres no âmbito profissional e a pesquisa confirmou que o ano foi
decisivo para uma virada de comportamento. Diante de diversas manifestações,
muitas delas vistas por todo o mundo em protestos e denúncias que tiveram
grande repercussão nos segmentos artístico e esportivo, 69,7% das entrevistadas
acreditam que as mulheres tiveram maior poder de decisão no último ano e 95,7%
entendem que esse foi um passo importante para que o assunto fosse ainda mais
discutido em 2018.

Em relação a questões salariais, enquanto na Islândia
o início deste ano foi marcado pela implementação de uma lei que garante
igualdade salarial entre os gêneros, no Brasil, 60,3% das entrevistadas
afirmaram que ganham ou já ganharam menos do que um homem para executar um
trabalho igual ou superior e 62,7% disseram ainda que em sua área de atuação
não há igualdade de oportunidades.

Já sobre abuso psicológico, 67,6% afirmaram que já
foram contrariadas no trabalho para se sentirem erradas mesmo estando certas,
68,3% já foram interrompidas por homens em reuniões e 58,7% afirmam que algum
homem já levou crédito por algo que elas fizeram. Quando se fala da aparência,
52,6% já foram julgadas no ambiente de trabalho.

Quando o assunto é assédio, o Brasil apresenta números
alarmantes: 48,4% das mulheres já se sentiram perseguidas por algum homem do
trabalho, enquanto 28,8% deixaram de denunciar algum abuso sofrido por medo de
serem demitidas. Questionadas sobre algumas situações desagradáveis no ambiente
profissional, 40,3% das entrevistas afirmaram ter sofrido assédio ou abuso de
uma autoridade, 38,3% notaram discriminação ou preconceito e 19% sofreram com
assédio sexual. Além disso, 17% sentiram desconforto antes mesmo de começar no
emprego: os casos foram logo na entrevista.

Grande parte das mulheres entrevistadas têm entre 21 e
40 anos (75%), são solteiras (54,7%), não têm filhos (76%) e possuem Ensino
Superior completo (36,7%).