Pesquisa confirma que praticar atividade física aumenta expectativa de vida

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  • Publicado em 4 de janeiro de 2018 às 17:06
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:30
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Especialistas aconselham que pessoas acima dos 40 anos devem deixar o sedentarismo de lado

Se você tem mais de 40 anos ou está chegando perto desta idade, e ainda tem dúvidas se deve ou não deixar de lado o sedentarismo para ter uma vida mais ativa e saudável, mude em quanto é tempo.

Uma pesquisa da Universidade de Harvard e do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos verificou que praticar alguma atividade física nos momentos de lazer, como caminhar ou pedalar, aumenta a expectativa de vida, independente da intensidade do exercício ou do peso do indivíduo. O estudo apontou que unir momentos de folga a exercícios físicos pode acrescentar até sete anos na longevidade de uma pessoa. “É preciso deixar claro que esporte não tem idade. Nos estudos de motivação no esporte é possível observar que pessoas podem praticar um mesmo esporte com alto grau de motivação em intensidade e objeti-vos diferentes, e isso, independente da idade”, observa o educador físico e personal trainer, Igor Carvalho.

O analista de compras Rafael Camargo, 41 anos, sabe bem disso. Perto dos 37 anos, ele se percebeu bem acima do peso, estressado, cansado e sedentário, até que um dia, a própria esposa disse que ele precisava mudar. “Eu não me reconhecia mais. Coloquei os 40 como marco, precisava tomar algumas decisões”, conta. Foi aí que ele entrou na academia e tomou gosto pelo esporte. “Fiz amizades preciosas que acabaram me incentivando a praticar outros esportes. Hoje além da musculação, corro e ando de bike, chegando a participar de circuitos na região. Sou outra pessoa”, diz. 

O “basta” de Rafael coincide com um novo marco relevante no processo de envelhecimento do corpo. A motivação e o susto que o impulsionaram têm se tornado cada vez mais frequentes nessa faixa etária. 

Hora de virar a mesa

A boa notícia é que não existem restrições na hora de escolher a melhor modalidade esportiva. “O importante é passar por um check-up médico antes de começar qualquer atividade física. Tendo a liberação médica, basta escolher o esporte que melhor se identifica e, com orientação de um profissional, definir um plano de aulas”, orienta Igor.

Segundo ele, as atividades devem ser regulares, mas não precisam acontecer de uma só vez: “Está mais do que provado que duas sessões de 15 minutos ou uma sessão de 30 minutos produzem os mesmos benefícios. Se, ao longo do dia, a pessoa acumular essa meia hora de atividade física – trocando o elevador ou a escada rolante pela escada comum, saltando do ônibus um ponto antes do seu destino final, lavando o carro, trabalhando com jardinagem, levando o cão para passear, etc. –, já terá um risco 66% menor de apresentar um problema cardíaco”, diz.

Para que a decisão de deixar o sedentarismo de lado não caia no esquecimento, o educador físico e personal trainer sugere o estabelecimento de metas e o avanço de forma gradual. Submeter-se a dietas restritivas demais ou a planos de exercícios extenuantes pode levar a resultados quase imediatos e empolgantes, mas que talvez não se sustentem por muito tempo. “Alterar  hábitos seguidos há 20 ou 30 anos tende a ser difícil, o que exige motivação e persistência para superar eventuais recaídas. A mudança tem de vir aos poucos. Normalmente, o que vem muito rápido vai embora muito rápido”, reforça.

Foi o que Rafael fez, e hoje, após quatro anos, diz se sentir com fôlego de 20 anos. “Tenho muito mais pique e disposição que um menino com metade da minha idade. Sem contar que hoje, o estresse passa longe de mim”, afirma satisfeito.