​Pedágios oneram francanos em R$ 37,20 no trecho de ida e volta a Ribeirão Preto

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de setembro de 2018 às 09:41
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:01
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Deputado Roberto Engler não se manifesta sobre valores e região quase recebe três novos pedágios

Muitas pessoas fazem o trecho de Franca a Ribeirão Preto todos os dias. As duas cidades são as maiores, mais populosas e importantes em um raio de mais de 100 municípios. Para isso, é  inevitável que passem pela Rodovia Cândido Portinari.

Para fazer isso, o motorista de um veículo comum tem que pagar dois pedágios, um em Restinga e outro em Batatais. Cada passagem, custa R$ 9,30. São R$ 18,60 na ida e o mesmo valor no retorno, totalizando R$ 37,20 a cada vez que o percurso é realizado.

Os valores não são baixos. Se compararmos com outros valores de pedágios na própria região, veremos que em Sertãozinho, na Rodovia Atílio Balbo, o valor é de R$ 5,90; em Pitangueiras, na Rodovia Armando Sales de Oliveira, é de R$ 7,50; em São Simão, na Rodovia Anhanguera; R$ 7,30; na mesma pista, em Santa Rita do Passa Quatro é também R$ 7,30 e em Pirassununga, são R$ 7,60.

Não faltariam exemplos de praças de pedágios com valores menores. Muitos devem se perguntar por que nós, francanos e moradores de municípios da região, temos que pagar mais caro que os moradores de outras regiões.

A explicação passa por vários fatores, mas o principal dele é a falta de uma representatividade política séria e preocupada com a cidade. 

Vejamos: temos um deputado estadual com quase 30 anos de Assembleia Legislativa, no caso, Roberto Engler.

Por sua história e “tempo de casa”, ele deveria ter acesso livre ao governador e aos secretários. Nada poderia ocorrer em Franca e toda a região sem o seu conhecimento. Os valores de pedágios, se ele fosse mais firme, poderiam ser menores.

Mas, na prática, a história é outra. Engler não fez mais que ser um despachante político dos governadores Covas, Serra e Alckmin e se satisfez, durante todo esse período, em sair na foto ao lado deles em inaugurações de obras, serviços e investimentos do Estado na região que poderiam ser feitos com ou sem sua presença na Assembleia Legislativa. Uma clara falta de “pegada política”.

Além de não conseguir um valor menor nos pedágios, Engler por pouco não viu duas novas praças de pedágios virem para Franca e região. Seria uma em Cristais Paulista, na Portinari, e outra próxima  a Patrocínio Paulista, na Rodovia Ronan Rocha.

O valor, em sendo mantido o mesmo das outras, do trecho entre Franca e Ribeirão, saltaria para fantásticos R$ 74,40. Batatais ainda seria mais contemplada porque uma terceira nova praça iria para a Rodovia Altino Arantes.

Engler, se sabia da intenção do governo, ficou quieto. Se não sabia, demonstra que o então governador Geraldo Alckmin não fazia questão nenhuma do deputado. 

Em qualquer uma das hipóteses fica clara a falta de atuação e relevância política de nosso representante na Assembleia Legislativa.

Os pedágios não vieram graças a uma intensa movimentação iniciada pelo então presidente da Câmara dos Vereadores de Franca, Marco Garcia (PPS), do ex-prefeito de Cristais Paulista, Hélio Kondo, e de outros prefeitos e vereadores da região.

Roberto Engler, bem depois que os demais e vendo que seu espaço no governo era insignificante, “comprou” a briga para justificar um rompimento com o governo – que já era nítido há tempos – e sua mudança de partido, do PSDB para o PSB, para iniciar um novo ciclo simbiótico em sua carreira política, desta vez, com Márcio França.

O problema é que França não decola e está em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, longe de Paulo Skaf e João Dória. 

Daí, surge a dúvida: se Engler, enquanto situação, não conseguiu diminuir o preço dos pedágios e quase viu a instalação de novas praças de cobrança, se for reeleito, o que conseguirá num papel de oposição? 

Possivelmente, só garantir os seus proventos.

(Por Caio Mignone)


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