Partido do filho de Gilson não sabe para onde vai: Ciro, Rocha ou Alckmin?

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 11 de julho de 2018 às 23:36
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:51
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Entenda – se for capaz – a encrenca em que se meteu o prefeito ao lançar filho e irmão candidatos

Entre as ​mais variadas incertezas que constam do cardápio oferecido cotidianamente pelo prefeito de Franca, Gilson de Souza (DEM) está a candidatura familiar de seu irmão Nirley de Souza (PP) e de seu filho, Gilson de Souza Filho – Gilsinho (PRB). 

Para o Governo do Estado, o partido do prefeito (DEM) fechou com João Dória (PSDB) e pode até lançar seu principal líder no Estado (Rodrigo Garcia) a vice do tucano. 

Enquanto isso, o PRB, que no plano estadual fechou com o atual governador Márcio França (PSB) candidato à reeleição e que terá Gilsinho como candidato, deverá dividir palanque com adversários – quase inimigos – do prefeito, o deputado estadual Roberto Engler e o cacique da legenda na região, Dr. Ubiali. 

E esta salada toda, que coloca o prefeito com as pernas em duas canoas, tende a fundir ainda mais a cuca do prefeito francano: o PRB de seu filho no plano federal nem sabe se está com Flávio Rocha (dono da Riachuelo), com Ciro Gomes (PTB) ou com Geraldo Alckmin. 

Mas o principal de tudo é que, estando ou não com as pernas em duas canoas, Gilson de Souza pai/irmão de Gilsinho e Nirley, tende a desagradar a gregos e troianos. 

Está contra o governador Márcio França no caso do irmão (cujo PP apoia Dória).

Está a favor de França (cujo PRB apoia a reeleição do atual governador).

Pode ficar contra Geraldo Alckmin (que está de amores com Doria) e que agora virou adversário de França, que está entre apoiar qualquer um outro, menos Alckim, justamente por causa de Dória. 

Salada á parte, o PRB de Gilsinho  está prestes a sepultar a pré-candidatura a presidente do empresário Flávio Rocha, dono da rede varejista Riachuelo.

O partido discute se banca a tentativa de Rocha ou compõe com o grupo de partidos médios, o chamado Centrão, em torno de outra candidatura.

O problema é que o Centrão está rachado entre Ciro Gomes (PDT) ou Geraldo Alckmin (PSDB). 

O PRB havia cravado que não estaria junto com Ciro pelo programa “de esquerda”. 

Caminhar sozinho também não é opção e parlamentares da legenda admitem que a candidatura de Rocha, sem alianças até o momento, perdeu força.

“Penso que o nome dele [de Flávio Rocha] cabe perfeitamente no nosso contexto. Fugiríamos dos extremos. Mas essa é só a minha vontade”, disse o deputado Carlos Gomes, do PRB do Rio Grande do Sul.

O empresário tenta cair de pé. 

Foi flagrado pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta-feira debatendo cenário político com Guilherme Afif Domingos (PSD) e Paulo Rabello de Castro (PSC), dois pré-candidatos também solitários. 

O grupo tenta articular uma saída para partidos do centrão, driblando Ciro pela direita.

O debate interno do PRB ocorre apenas dois dias depois do lançamento do “Arrocha com Flávio Rocha”, um jingle feito pelo cantor Latino para o pré-candidato.

“Um presente para esse cara que eu acredito muito que fará toda a diferença no Brasil”, disse o artista nas redes sociais.

A saída de Flávio Rocha seria mais uma desistência de outsiders nas eleições, depois da desistência de Luciano Huck (apesar de Rocha já ter sido deputado federal por dois mandatos). 

Mesmo com toda a rejeição aos políticos, o pleito tende a ser dominado por profissionais. Jair Bolsonaro (PSL) em seu sétimo mandato como deputado e Henrique Meirelles (MDB), ex-ministro da Fazenda, tentam cimentar a imagem de outsiders. 

O desafio é convencer o eleitor. E para este enrosco todo, Gilson pai, Gilson filho e Nirley irmão já demonstraram não terem tarimba, jogo de cintura e muito menos voto… 

(Análise de Caio Mignone, comentarista político do JF)


+ Política