Onda de calor deve diminuir em fevereiro em todo o país, segundo Inmet

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 3 de fevereiro de 2019 às 18:27
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:21
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Tempo quente no Sudeste é consequência do bloqueio da frente fria que vinha do Sul

As ondas de calor
registradas neste verão devem arrefecer em fevereiro. A previsão é do Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet).

Segundo técnicos do
órgão, os fatores que levaram à elevação da temperatura no mês passado,
especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, perderão influência e as
próximas semanas devem ser marcadas por temperaturas altas, mas dentro das
médias históricas.

Segundo o meteorologista Mamedes Luiz Melo, o tempo quente no
Sudeste é consequência do bloqueio da frente fria que vinha do Sul e que
normalmente provocava chuvas na região. Entretanto, esse bloqueio tende a
perder força neste fim de semana, facilitando as chuvas e, consequentemente,
temperaturas mais amenas.

Nesta semana, o Rio de Janeiro chegu a bater mais de 40°C, com
sensação térmica de 46ºC. O mês de janeiro foi recorde em temperaturas elevadas
na capital fluminense e no estado do Rio de Janeiro, com média de 37,4ºC,
superando as médias máximas encontradas em janeiro de 1984 (36,4ºC) e de 2014
(36,7ºC), que eram as mais altas até hoje.

No estado do Rio de
Janeiro, as médias de temperatura máxima no primeiro mês do ano foram
observadas em Santa Cruz e Seropédica (37,4ºC), Rio Bonito (37,3ºC) e Realengo
(37,2ºC). Em todos esses lugares, a média ficou em torno de quatro pontos acima
do esperado.

Em Brasília, por exemplo, janeiro foi o terceiro mês com menos
chuva desde o início da medição, em 1961, logo após a criação da cidade,
segundo dados do Inmet. A média foi de 74,3 milímetros, menos da metade do ano
anterior, quando ficou em 150,6 milímetros. O índice foi apenas 18% do
registrado em 2016, que ficou em 400 milímetros.

Já no tocante à temperatura, a máxima de janeiro na capital
federal foi de 31,4ºC. O registro foi maior do que o ano anterior (30,9ºC), mas
um pouco inferior a 2017, quando a máxima chegou a 32,2ºC. Na temperatura
média, a comparação entre os anos também mostra grande calor em janeiro de
2019, mas ainda abaixo da média de 2017.

Consumo de bebidas

Em janeiro, as condições climáticas levaram os consumidores a
bater recordes de uso de energia em quatro vezes dentro de duas semanas,
segundo o Sistema Interligado Nacional (SIM) .

As altas temperaturas também foram percebidas por impactos na
economia, como no aumento do consumo de bebidas.

Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras)
revela que a aposta de vendas para o verão, no setor de bebidas, é de aumento
de 12,9% para a cerveja. Em seguida, aparecem refrigerantes, com crescimento
das vendas no período de 12,7%, acompanhada por água mineral, com 12,6%; chá
líquido (12,4 %); espumante (11,9%); suco (10,9%); e água de coco (10%).

A pesquisa foi realizada entre os dias 4 de setembro e 5 de
outubro de 2018, com participação de 102 empresas de todo o país. Para o verão
de 2019, 48% dos supermercadistas apostam em estabilidade nas vendas, enquanto
45% projetam vendas maiores e 7% preveem queda.

Notícia falsa

As temperaturas elevadas foram aproveitadas para a disseminação
de desinformação. Mensagens circularam alegando que em fevereiro haveria uma
forte onda de calor. Com base nas previsões do órgão de amenização das
sensações térmicas, o Instituto Nacional de Meteorologia divulgou uma nota
esclarecendo que esses conteúdos não têm base.

Segundo o órgão, o texto veiculado recentemente nas redes
sociais “não possui qualquer fundamento técnico/científico e nenhuma base de
estudo ou pesquisa climatológica ou de previsão climática”.


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