Obesidade atinge mais de 40% dos cães e gatos e consequências são sérias

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 25 de dezembro de 2017 às 12:37
  • Modificado em 29 de outubro de 2020 às 23:53
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Consequências diretas incluem distúrbios cardiovasculares, dificuldade respiratória e outros

Vida urbana, limitação de espaço, sedentarismo, alimentação em excesso: não são somente os humanos que sofrem com a obesidade nos dias modernos. Mais de 40% dos cães e gatos domésticos hoje estão obesos.

Segundo o médico veterinário Ricardo Peixoto, a obesidade ocorre quando há um acúmulo exacerbado de gordura no corpo do animal. “A gordura é uma importante fonte de energia para o organismo, porém, quando consumida em excesso e sem que haja um gasto energético compatível, ela pode se acumular rapidamente e causar sérios danos”, explica.

O especialista diz que os alimentos em si não são os culpados pela obesidade dos pets, mas sim as quantidades desses alimentos que são oferecidas aos animais que são os principais fatores que levam ao ganho de peso. Por exemplo, independentemente se o cão ou o gato ingere somente ração ou se ingere somente comida caseira, o que deve ser feito por parte do proprietário são ajustes na quantidade para evitar o ganho de peso. Nesse caso, o médico-veterinário deve, sempre que possível, instruir os proprietários sobre como avaliar a condição corporal do animal (escore corporal) para que o proprietário mantenha seu cão ou gato sempre no peso ideal. “A ração, desde que de boa qualidade, é considerada um alimento completo, pois possui todos os nutrientes necessários para a manutenção da saúde em um animal saudável”, afirma Ricardo, acrescentando que se essa ração for oferecida como única fonte de alimento ao animal, juntamente com a água, nenhum outro tipo de alimento será necessário. No entanto, muitos proprietários acreditam que seu animal não gosta de ração e preferem recorrer ao alimento caseiro, por ser mais palatável que algumas rações. Nesse caso, ele deve estar ciente de que, se oferecer comida caseira ao animal sem a orientação de um profissional, há grande pos-sibilidade de o animal não estar recebendo todos os nutrientes necessários. “Portanto, pode-se oferecer comida caseira ao cão ou gato, porém, desde que formulada por um nutricionista ou nutró-logo para assegurar que todos os nutrientes estejam presentes nesse alimento”, completa.

Os riscos do sobrepeso

A obesidade aumenta sensivelmente o risco de algumas doenças graves acometerem seu animalzinho de estimação. “Muitos donos de cães e gatos ignoram a seriedade do problema quando se trata de obesidade. Acham que o animal está apenas ‘gordinho’ ou que é ‘normal’ para a raça dele, sem se atentarem para a quantidade de enfermidades que poderão advir do excesso de gordura do pet”, observa Ricardo.

As consequências diretas da obesidade nos animais domésticos incluem distúrbios cardiovasculares, dificuldade respiratória, dificuldade de locomoção, dores articulares, baixa imunidade, disfunções reprodutivas, predisposição a diabetes e odor excessivo.

Para avaliar se seu cão ou gato se encontra no peso ideal, observe-o de cima: deve ser possível observar sua “cintura”. Em seguida, apalpe a região das costelas: elas devem estar logo abaixo da pele, sem estarem aparentes, mas fáceis de serem sentidas. “Se você precisar se esforçar para sentir as costelas de seu animal, ele já está acima do peso, considere fazer uma adequação de sua dieta. Se as costelas do animal não forem palpáveis de forma alguma, cuidado, seu pet está obeso”, alerta.