Números mostram que setor calçadista tem o pior outubro em 15 anos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 25 de novembro de 2016 às 15:58
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:02
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Temporada de demissões começa com fechamento de 118 postos de trabalho e acende a luz vermelha em Franca

Presidente do Sindifran, Jose Carlos Brigagão do Couto (Foto: Lindomar Cailton)

O setor calçadista de Franca fechou 118 postos de trabalho no mês de outubro. 

No período foram contratados 860 sapateiros e demitidos outros 978. 

De acordo com os números divulgados hoje (25/11) pelo Ministério do Trabalho, as fábricas francanas têm atualmente 22.894 trabalhadores, menor quantidade registrada para outubro desde 2002 quando o setor contava com 21.040 funcionários.

Para o presidente do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca), José Carlos Brigagão do Couto, o quadro de recessão se deve à insegurança político-econômica e à legislação trabalhista ultrapassada.

“Por causa da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), os empresários optam por demitir os funcionários para reduzir o passivo trabalhista, o que caracteriza a sazonalidade do emprego em Franca”, disse Brigagão.

Ainda segundo ele, a situação deve se gravar até o fim do ano. “Se continuarmos nesse ritmo e as demissões da sazonalidade se repetirem nesses dois últimos meses como nos anos anteriores, fecharemos 2016 com 1.800 vagas de trabalho a menos que em 2015”, completou.

CONTRADIÇÃO

A imprensa divulgou na semana passada informações que colocavam o setor calçadista francano como destaque na geração de empregos no Brasil. 

O presidente do Sindifranca confirma que ao longo do ano o saldo de empregos se manteve positivo em 4.924 vagas até outubro, com 14.901 admissões contra 9.977 demissões

No entanto, o número total de empregados na indústria calçadista hoje é de 22.894, 6,5% menor do que o registrado para o mesmo período de 2015, quando havia 24.483 funcionários nas esteiras francanas.


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