Novos casos de Covid-19 na China sugerem que o vírus continua mudando

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de maio de 2020 às 21:29
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:44
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Pacientes na região norte do país levam mais tempo para ter sintomas e sofrem danos diferentes da 1ª onda

Novos casos de Covid-19 em províncias no norte da China, como Jilin e Heilongjiang, estão preocupando os médicos. 

Os pacientes estão demorando mais do que duas semanas para desenvolver sintomas, carregam o vírus no organismo por mais tempo e sofrem danos diferentes dos causados pela primeira onda de casos, em Wuhan. Isso pode indicar que o vírus está sofrendo mutação.

Em declaração a uma rede de TV estatal um dos principais médicos chineses, Qiu Haibo, disse que “o maior período assintomático dos pacientes está criando focos de infecção familiares”, afirma. 

Os novos pacientes também parecem sofrer principalmente complicações respiratórias, em contraste aos problemas renais, cardíacos e intestinais vistos nos casos anteriores.



Nas últimas duas semanas, 46 casos de Covid-19 foram relatados em três cidades, Shulan, Jilin City e Shengyang, em duas províncias. 

Com isso, o governo recolocou em prática medidas de “lockdown” que afetam uma região que no total abriga 100 milhões de habitantes.

Autoridades locais acreditam que o novo foco da doença vem de contato com viajantes oriundos da Rússia, já que a análise genética dos vírus mostra similaridade com a cepa encontrada em doentes neste país. 

Até o momento, 26 dos pacientes do novo foco precisaram ser hospitalizados, e 10% do total estão em estado crítico.

“As pessoas não devem assumir que o pior já passou, ou baixar sua guarda”, disse Wu Anhua, médico especializado em doenças infecciosas, em uma entrevista à TV estatal chinesa. “É totalmente possível que a epidemia dure por um longo tempo”.

(Fonte: Bloomberg


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