Novas mães têm 5 vezes mais chances de terem TOC que outras mulheres

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 28 de maio de 2018 às 18:02
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:46
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Resultados de pesquisa indicam existência de uma relação entre o transtorno e depressão pós-parto

Você conhece alguma mãe que tem necessidade de
checar o tempo todo se os monitores de segurança do quarto do bebê estão
funcionando corretamente? Ou se os berços são realmente resistentes? Ou se as
mamadeiras foram devidamente esterilizadas? Se a resposta for sim, você pode
ter comprovado o resultado de um estudo que acaba de ser divulgado pela
Northwestern University de Illinois, nos Estados Unidos. Segundo ele, novas
mães estão cinco vezes mais propensas a terem TOC (transtorno obsessivo compulsivo)
que outras mulheres. 

A doença é caracterizada por pensamentos indesejados que criam grande ansiedade
no portador e um impulso incontrolável de dissipá-la. Isso pode resultar em
ações repetitivas; no caso das mães, por medo irracional de que o bebê se
acidente, preocupação excessiva com higiene ou obsessão em consertar possíveis
descuidos. Em algumas situações, pode ter também efeitos mais graves – uma
dessas mães pode machucar a criança mesmo tendo a intenção contrária, por
exemplo. 

O estudo contou com 461 participantes, que foram acompanhadas desde os momentos
finais da gestação até os seis meses seguintes ao parto. Nesse período, os
pesquisadores aplicaram testes comportamentais e psicológicos e concluíram que
11% das mulheres haviam desenvolvido o transtorno (número 5 vezes maior que o
observado no restante da população).

Cerca de 70% das diagnosticadas com TOC estavam
também depressivas, o que sugere uma possível ligação entre as duas condições. “Especialistas costumam debater se a depressão pós-parto é simplesmente um
episódio de depressão que acontece depois do parto ou se é outro tipo de doença
com suas próprias características. Nosso estudo apoia a ideia de que pode, sim,
ser uma doença particular com mais sintomas de ansiedade e compulsão que uma
depressão típica”, disse, em nota, Dra Emily Miller, co-autora do
trabalho.  


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