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Norma instituída em 2007 estabeleceu critérios de qualidade do café paulista ao consumidor
Há dez anos, a cafeicultura paulista deu um salto de qualidade com a publicação de uma norma técnica para fixação de identidade e qualidade de café torrado em grão e café torrado moído.
A Resolução SAA nº 28, publicada no Diário Oficial do Estado, em 5 de junho de 2007, foi elaborada por iniciativa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio da Câmara Setorial do Café, da Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro), do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), com entidades do segmento como o Sindicato da Indústria de Café do Estado de São Paulo (Sindicafé).
A norma traz uma classificação entre 0 e 10 pontos, sendo necessário no mínimo, 4,5 pontos para recomendar a qualidade do grão. A partir dessa nota, há faixas que definem categorias de cafés tradicionais, que são consumidos no dia-a-dia com preços mais acessíveis; os superiores, que já são diferenciados; e os gourmets, que se referem aos cafés mais raros, especiais e exclusivos.
O diretor do Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria, Celso Vegro, participou da elaboração das normas e destacou sua importância para a cultura. “O fato de ser elaborada pela Câmara Setorial demonstra a importância deste grupo visando a melhoria do produto nacional e, consequentemente, um consumo mais qualificado da bebida”, explicou. De acordo com o especialista, processo semelhante poderia ocorrer com o café cru e verde, estabelecendo padrões para a exportação do grão e contribuindo para este mercado em expansão.
De acordo com o secretário-executivo das Câmaras Setoriais, Alberto Amorim, a norma foi importante para a criação do Selo de Qualidade Produto de São Paulo. “A norma alavancou um interesse que a indústria tinha de mostrar ao consumidor uma garantia de procedência e qualidade do café. Hoje há o Selo Paulista e da indústria, o que abre um espaço de confiança, um marco de aproximação entre a gestão pública e privada, em benefício do mercado consumidor”, afirmou.
A norma foi essencial para quebrar paradigmas e estabelecer critérios de qualidade nos processos de editais de compras públicas, conforme lembrou o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz. “A edição da norma atendeu à necessidade da indústria junto ao sistema de compras eletrônicas, que precisava de critério para a seleção de produtos como o café. Por isso, os organismos públicos passaram a definir os editais de compra não só pelo critério de menor preço, mas também pelos aspectos sensoriais, sabor residual e qualidade global do café, entre outras características”, explicou.
O exemplo de São Paulo foi seguido por outros Estados, como Minas Gerais e Espírito Santo, que adotaram posteriormente normas semelhantes, com base nos critérios paulistas.
Nathan lembra que foi criado um parâmetro de qualidade, de forma que hoje o Exército e a Marinha, a Câmara dos Deputados, o Supremo Tribunal Federal e outras instituições adquirem café com base nas classificações determinadas pela Resolução SAA nº 28. “A norma é um trabalho de cooperação entre vários organismos que ajudou a melhorar a qualidade do café. Por ser dinâmica, a definição das categorias foi sendo ligeiramente modificada para avaliar os cafés com maior qualidade”, concluiu.
O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, ressaltou a importância da integração entre os setores público e privado na busca por maior qualidade na produção agropecuária paulista. “A norma resulta de um importante trabalho de integração entre o setor público e privado, todos os elos da cadeia produtiva, para certificar a origem dos alimentos ao consumidor final. Zelar pela saudabilidade dos alimentos é uma das diretrizes do governador Geraldo Alckmin”, concluiu o titular da Pasta.