Brasil lidera ranking de mortes por afogamento; mês pede conscientização

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 24 de novembro de 2017 às 18:12
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:27
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Franca foi a primeira cidade do Estado a ter instituída a Lei de Segurança Aquática, em 2015

​Neste mês de novembro é comemorado o Mês Nacional da Segurança Aquática. Estipulado por ser uma época em que o verão e as férias escolares se aproximam e que a maioria das famílias buscam descanso e diversão em locais repletos de água, seja mar, rio ou piscina. Mas o que é para ser um momento agradável e divertido junto à família e amigos, pode se tornar um pesadelo para muitos.

 No país, o afogamento é a segunda maior causa de morte por motivos acidentais de crianças de zero a 14 anos. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2014, 1.045 pessoas dessa faixa etária morreram devido a esse tipo de acidente.

O afogamento é um acidente rápido e silencioso.

De acordo com dados da SOBRASA (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático) fornecidos por seu boletim atualizado de 2017, morrem afogados no Brasil 17 pessoas por dia. Isso é alarmante por se tratar de um acidente perfeitamente evitável.

Em virtude disso, várias instituições, empresários do ramo de academias destinadas à prática de natação e até mesmo autoridades políticas, vêm se movimentando a cada dia no sentido de promover a prevenção através de esclarecimento feito por campanhas desde cedo, ou seja, para as crianças.

Franca foi a primeira cidade do Estado a ter instituída a Lei de Segurança Aquática, em 2015. Porém na cidade, o movimento acontece desde 2011 por parte da empresária Eleonora Cintra Vieira, proprietária da uma das mais tradicionais academias dedicadas à pratica da natação, a Mergulho. 

O objetivo da lei municipal é aplicar em Franca, da maneira mais abrangente possível, a campanha difundida pelo INATI (Instituto de Natação Infantil), que visa orientar a população sobre os riscos de acidentes aquáticos e afogamentos que, invariavelmente, terminam com vítimas fatais, principalmente nesse período de férias e feriados.

Um dos dados mais alarmantes é que o afogamento no Brasil é a segunda causa de mortes em crianças entre 5 e 9 anos; a terceira para crianças entre 1 e 4 anos e também para adolescentes de 10 a 19 anos, fazendo com que o país lidere o ranking mundial nessa lamentável estatística.

O trabalho de prevenção a afogamentos deve ser realizado independente da época do ano e com constância. Esclarecimento e orientação são fundamentais para adultos, que devem sempre supervisionar crianças que estão próximas à água, e crianças, que ainda não têm a noção exata dos riscos a que estão expostas. Crianças com até quatro anos de idade, por possuírem a cabeça pesando até 25% de seu corpo, podem não ter força suficiente para se levantarem sozinhas e, consequentemente, se afogar até mesmo em um recipiente com apenas 2,5 cm de água.

Conheça algumas medidas adotadas e que são repassadas nas campanhasrealizadas em escolas públicas, particulares, de natação e esportes, entre outras:

– Nunca deixe crianças sozinhas quando estiverem dentro ou próximas da água, nem por um segundo. Nessas situações, garanta que um adulto estará as supervisionando de forma ativa e constante o tempo todo. Além disso, ensine os pequenos que nadarem sozinhos, sem ninguém por perto, é perigoso e peça para que eles não se arrisquem;

– O colete salva-vidas é o equipamento mais seguro para evitar afogamentos. Boias e outros equipamentos infláveis passam uma falsa sensação de segurança, mas podem estourar ou virar a qualquer momento;

– Ensine as crianças a não correr, empurrar, pular em outras crianças ou simular que estão se afogando quando estiverem na piscina, lago, rio ou mar;

– Muitos casos de afogamentos acontecem com pessoas que acham que sabem nadar. Não superestime a habilidade de crianças e adolescentes;

– Fique atento! Crianças pequenas podem se afogar em qualquer recipiente com mais de 2,5 cm de água ou outros líquidos, seja uma banheira, pia, vaso sanitário, balde, piscina, praia ou rio;

– Piscinas devem ser protegidas com cercas de no mínimo 1,5 m de altura e portões com cadeados ou trava de segurança. Atenção! Alarmes e capas de piscina garantem mais proteção, mas não eliminam o risco de acidentes;

– Evite deixar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e reservatórios de água;

-Tenha certeza que as crianças estão nadando em áreas seguras de rios, lagos, praias e represas;

– Ensine as crianças a respeitarem as placas de proibição nas praias, os guarda-vidas e a verificarem as condições das águas abertas;

– Depois do uso, mantenha vazios, virados para baixo e fora do alcance das crianças baldes, bacias, banheiras e piscinas infantis;

– Deixe a porta do banheiro e da lavanderia fechada ou trancada por fora e mantenha a tampa do vaso sanitário abaixada (se possível, lacrada com um dispositivo de segurança);

– Mantenha cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos sempre trancados.