Mosquitos fazem humanos de vítimas há milhares de anos. Você sabe porquê?

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 16 de agosto de 2020 às 18:17
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 21:06
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Cerca de 100 milhões de pessoas são contaminadas por mosquitos todos os anos no mundo

​Cerca de 100 milhões de pessoas são contaminadas com doenças transmitidas por mosquitos a cada ano no mundo.

Com aproximadamente 3,5 mil espécies de mosquitos, apenas meia dúzia deles picam seres humanos. E muitas vezes as consequências são devastadores, podendo causar até mesmo mortes.

Na verdade, a maioria dos mosquitos não mira exatamente nos seres humanos, eles mordem qualquer animal vertebrado que encontram pelo caminho.

São apenas três gêneros de mosquitos que transmitem doenças aos seres humanos: Aedes, Anopheles e Culex. 

Evoluídos para nos atingir, eles são atraídos elo dióxido de carbono emitido pelos nosso fluidos corporais.

Mas, afinal de contas, por que alguns mosquitos picam exclusivamente humanos?

De acordo com cientistas, os mosquitos não picam apenas pessoas, mas também se reproduzem no mesmo habitat do homem. Uma das especulações dos pesquisadores é a dependência dos mosquitos nas fontes de águas humanas, principalmente nas regiões mais áridas.

Isso garantiu não apenas a sobrevivência dessas espécies, mas também a sua evolução.

Odor humano​

Uma pesquisa feita pela Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, estudou a coleta de desova da espécie Aedes, uma das mais temíveis e responsáveis pela transmissão do zika, febre amarela e dengue, que se divide em duas subespécies.

Uma delas, a aegypti, se desenvolve nos habitats urbanos das Américas e da Ásia. Cerca de 95% da nutrição das fêmeas vêm do sangue humano. E elas são atraídas pelo odor do corpo humano.

Reprodução​

O Aedes aegypti põe seus ovos logo acima da superfície da água em buracos de árvores, cavidades e fissuras na rocha, ou em recipientes artificiais.

Se os ovos forem mantidos úmidos, eles podem eclodir imediatamente. 

No entanto, os ovos postos no final do período de chuvas em áreas selvagens devem entrar em dormência para sobreviver à estação seca até que a chuva volte, um desafio quando a estação da seca é prolongada e quente. 

A água parada, fator crítico para as larvas, é difícil de ser encontrada nesses ambientes extremamente áridos, mas abunda em torno das populações humanas que a coletam para sua subsistência, fornecendo aos mosquitos uma incubadora para o desenvolvimento de suas larvas.

Embora a pesquisa publicada na revista científica Current Biology tenha focado na origem e na história evolutiva dos mosquitos, quando associada aos dados climáticos do IPCC (Painel intergovernamental de mudanças climáticas) e da população da ONU, os resultados sugerem que, como consequência do aquecimento global e da crescente urbanização, em um futuro próximo haverá mais mosquitos transmitindo doenças humanas ao redor do mundo.

*Artigo de autoria de Manuel Peinado Lorca, professor do Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Alcalá, na Espanha, e pesquisador do Instituto Franklin de Estudos Norte-Americanos.


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