Monte Alto é a cidade da região com mais casos de gripe H1N1 registrados

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 15 de julho de 2018 às 23:06
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:52
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Campanha foi prorrogada – segundo enfermeira, estigma que vacina causa gripe afasta as pessoas

Monte Alto é a cidade da
região de Ribeirão Preto com maior registro de casos de H1N1 em 2018, em
relação ao número de habitantes. Até agora, são nove notificações da doença,
três em crianças com idades de 7 a 9 anos. O município também não atingiu a meta
do Ministério da Saúde para a vacinação dos grupos prioritários.

Segundo levantamento, 16 dos 56 pacientes confirmados
com a doença na região morreram, sendo que sete mortes ocorreram em Ribeirão
Preto.

Dados do Ministério da Saúde apontam que quase todos os
municípios da região estão com a cobertura vacinal em baixa e ainda faltam mais
de 20% do público alvo para ser imunizado. A meta é imunizar 90% dessas
pessoas.

A campanha de vacinação contra gripe foi prorrogada e,
segundo o Ministério da Saúde, não tem data para terminar. Desde o dia 25 de
junho, os municípios que ainda têm vacinas estenderam a vacinação para crianças
de 5 a 9 anos e adultos de 50 a 59 anos.

A enfermeira da Vigilância
Epidemiológica de Monte Alto e responsável pela campanha de vacinação na
cidade, Elaine Lanfredi Lopes, diz que os principais grupos que devem ser
vacinados são gestantes e crianças de 6 meses a 5 anos de idade. “Esse grupo
faz parte do grupo prioritário e é vulnerável à mortalidade e complicações
respiratórias dos vírus H1N1, H3N2, influenza tipo B e influenza tipo A. Existe
muito estigma que a vacina pode causar gripe ou piorar o estado e as pessoas
não gostam de tomar, principalmente os idosos.”

Segundo Elaine, a vacina pode
ser adiada apenas para aqueles que estiverem muito doentes ou com febre alta.
“Nesses casos, indicamos que a pessoa melhore para ser vacinada, mas se a
criança ou idoso estiver apenas com uma tosse ou coriza, uma situação mais leve
respiratória, isso não contraindica”, completou.

A diretora da vigilância Sanitária e Epidemiológica de
Monte Alto, Michele Deolindo Neves, afirma que as pessoas que possuem outras
doenças como diabetes, pressão alta e problemas respiratórios também fazem
parte do grupo prioritário na vacinação. “É importante que se imunizem porque
são mais vulneráveis a outras doenças. A complicação na saúde dessas pessoas
pode ser maior caso tenham o H1N1, por isso, precisam receber a vacina”, disse.

A técnica de enfermagem
Cláudia Barbosa explica que a vacina pode apresentar alguns efeitos colaterais,
mas são sintomas que passam rápido. “Os efeitos são pequenos. A vacina é
composta por vírus inativados, pode acontecer febre no dia ou o estado gripal,
mas é rápido e não é um sintoma que seja persistente, algo severo ou agudo. É
bem tranquilo”, diz.

A
campanha de vacinação contra gripe foi prorrogada e, segundo o Ministério da
Saúde, não tem data para terminar. A dose é gratuita para crianças acima de 6
anos e para quem tem de 50 a 59 anos de idade e é aplicada nos postos de saúde.

H1N1

O H1N1, subtipo do vírus
causador da gripe, foi responsável por 66% das mortes por gripe neste ano no
Brasil, mostram dados do Ministério da Saúde. O subtipo também provocou 59,7%
dos casos. Ao todo, o Brasil registrou 3.558 infecções e 608 mortes

O Ministério da Saúde informa que o vírus está
circulando mais no território brasileiro este ano e a maior parte das mortes e
complicações ocorreu em pessoas com doenças que aumentam o risco de
complicações. Muitos eram cardiopatas, tinham diabetes ou já estavam com
problemas respiratórios.

A taxa de mortalidade por influenza no Brasil está em
0,29% para cada 100.000 habitantes.


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