Modelo alternativo de ensino é testado por alunos da USP São Carlos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 14 de abril de 2018 às 06:17
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:40
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Análise foi feita usando métodos que integram aulas expositivas e solução de problemas

Um novo método de estudo foi testado entre os estudantes da Universidade de São Paulo, no campus de São Carlos. Alunos do curso interunidades de Licenciatura em Ciências Extas do campus avaliaram o aprendizado dos que cursaram a disciplina Física 1.

A análise foi feita pelos métodos passivos, nos quais eles possuem apenas aulas expositivas, e ativos, aulas expositivas somadas a atividades alternativas.

O trabalho foi conduzido por Matheus Quibão e outros cinco colegas do curso interunidades e teve orientação dos professores Fernando Paiva e Sérgio Muniz, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP.

O processo foi feito em cima de 14 turmas, sendo que seis cursaram a disciplina utilizando o método tradicional, enquanto as oito restantes participaram do modelo ativo. Este último, entrou em vigor juntamente com a reestruturação da grade curricular do IFSC, em 2017.

Das cinco horas semanais de aula deste modelo, três foram dedicadas a um ensino mais expositivo (semelhante ao tradicional) e, nas duas horas restantes, foram realizadas atividades que estimularam os alunos a solucionar problemas.

“A principal mudança foi tentar seguir o que hoje a literatura da área de ensino mostra, que o aluno na postura passiva (quando é levado a ficar somente nas aulas expositivas) tem um ganho de aprendizado menor do que aquele que efetivamente trabalha o conteúdo abordado pelo professor”, explica Fernando Paiva.

Dessa forma, os resultados desse estudo acabam estimulando outras pessoas a analisar metodologias de ensino a partir de uma abordagem científica. Segundo Sérgio Muniz, nem mesmo os cientistas são tão científicos aos discutir métodos educacionais.

“Há uma tendência a se guiar pela tradição, replicando métodos usados na sua própria formação, sem avaliar objetivamente o quanto isso funcionou na prática, especialmente diante de uma população de perfil variado”, completa.

O estudo sobre modelos educacionais alternativos recebeu menção honrosa e foi destaque na fase internacional do Simpósio Internacional de Iniciação Científica e Tecnológica da USP (SIICUSP), realizada em São Paulo em 2017.


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