Minas Gerais passa a ter certificação de frango caipira

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 29 de dezembro de 2018 às 09:40
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:16
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Primeira granja mineira a ser certificada fica em Lagoa da Prata

(foto: IMA/Divulgação)

Após a publicação da Portaria 1.833, do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), em 4 de julho de 2018, que instituiu o programa Certifica Minas Frango Caipira, Minas Gerais acaba de ganhar sua primeira granja de frango caipira.

A criação certificada está instalada no município de Lagoa da Prata, região centro-oeste do estado.

A granja possui dois hectares e investiu perto de R$ 20 mil na adequação das instalações, segundo informações da Agência Minas.

A propriedade cumpriu as normas estabelecidas para a certificação, incluindo os quesitos socioambientais – como o tratamento de resíduos poluentes provenientes de atividades agroindustriais, por exemplo.

Vale dizer que o frango caipira é uma ave rústica, de crescimento lento e resistente ao clima tropical. 

Seu principal diferencial em relação às demais aves é que a criação oferece baixo custo ao produtor, pois ele pode aproveitar a infraestrutura de sua propriedade, adaptando as exigências sanitárias. A ave também faz parte da tradição culinária de Minas, iniciada ainda na época da colonização.

Segundo o médico veterinário Maurício Teixeira Pontes, do IMA, coordenador do programa de certificação, a produção de frango caipira começa a conquistar espaço no mercado interno brasileiro como atividade econômica atrativa. 

“A criação do frango caipira é especialmente viável para os agricultores familiares porque o custo da criação é mais baixo do que o das aves criadas em granjas comerciais. Além disso, atende às necessidades do consumidor atual, que se preocupa com a origem, qualidade e com o impacto socioambiental na produção dos alimentos”, diz o veterinário.

Selo

Entre os quesitos exigidos para a certificação estão também a gestão da propriedade, com a análise de custos de produção e  de infraestrutura, e o acesso das aves a piquetes de pastejo protegidos à entrada de outros animais e pessoas.

Na área de manejo, é necessário respeitar a densidade máxima das aves a pasto. No âmbito da sanidade, é necessária a aplicação das vacinas e a realização dos exames nas aves determinados pela legislação.

Na área de bem-estar animal, a certificação prevê que as aves sejam criadas livremente para expressar o comportamento natural da espécie. No transporte, armazenamento e processamento final são verificadas normas que buscam garantir um produto final dentro dos padrões higiênico-sanitários estabelecidos pela legislação.

O produtor interessado em certificar sua granja passa por etapas para a adequação às normas sanitárias estabelecidas pelo IMA. Para tanto, são realizadas verificações nas instalações (galpões e abatedouro), entrevistas e checagem de registros (documentos, notas fiscais, recibos, anotações), de modo a cumprir todas as etapas do processo produtivo.

Caso sejam encontradas não conformidades, o produtor deverá realizar ações corretivas no prazo estabelecido e enviá-las ao instituto.

O custo da certificação, segundo o IMA, é simbólico para o produtor, no valor aproximado de R$ 325. Para conquistar o selo, o produtor precisa seguir oito etapas, que podem ser consultadas no site do IMA.

( * com Agência Minas)


+ Economia