Micros e pequenas indústrias demitem 3 vezes mais do que contratam

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  • Publicado em 22 de abril de 2017 às 18:44
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:10
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Com cenário econômico ainda em crise, empresários apontam aumento de demissões e ausência de capital

A 49ª rodada do Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria, encomendado pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi) ao Datafolha, mostra que a crise econômica continua trazendo consequências negativas para os empresários.

Questionados sobre o fluxo de trabalhadores em seus negócios, 27% dos entrevistados alegaram que demitiram profissionais no último mês, ante 21% na pesquisa de fevereiro. Sobre contratações, apenas 9% abriram novas vagas; no estudo anterior, este índice era de 10%. Isso significa que para cada contratação existem três demissões. A expectativa para o mês de abril também segue em baixa. 85% não preveem novas contratações; já 13% acreditam que irão demitir futuramente.

Falta de capital de giro e endividamento afetam empresas

A ausência de capital de giro segue como uma das principais dificuldades enfrentadas pelas MPI’s. Para 64% dos empresários, o capital disponível em suas empresas é muito pouco, o que traz dificuldades. Na busca por capital, apenas 10% conseguiram utilizar linhas de crédito para pessoas jurídicas em fevereiro; 21% recorreram ao cheque especial e 5% utilizaram empréstimos pessoais nos bancos.

O endividamento das empresas também continua em alta. 51% das micro e pequenas indústrias sofreram calotes nos últimos 30 dias, o que impacta diretamente no funcionamento do negócio. Já 32% não conseguiram arcar com algum imposto em fevereiro – este é o segundo maior índice levantado pela pesquisa desde seu início, em março de 2013.

Para o presidente do Simpi, Joseph Couri, são necessárias ações governamentais pela retomada do crescimento econômico. “Tivemos um aumento de demissões, não existe capital de giro no mercado, a inadimplência ao empresário segue alta e a indústria continua tendo problemas com os impostos. Medidas são anunciadas, mas não chegam na ponta, ao empresário. Não adianta aumentar o valor do crédito disponível aos bancos, por exemplo, enquanto a burocracia e o acesso a ele continuar limitado”, considerou. “É um aprofundamento da crise. No segundo semestre de 2016 havia uma expectativa positiva, mas o cenário de melhora não se concretizou. E, praticamente, perdemos o primeiro trimestre de 2017”, complementou.

A Pesquisa

O Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo, encomendado pelo Simpi e efetuada pelo Datafolha, é reconhecido como sinalizador de tendência. É importante salientar que 42% das MPIs de todo Brasil estão em de São Paulo.

A íntegra das 49 pesquisas Simpi/Datafolha, desde março de 2013, está disponível no site da entidade (www.simpi.org.br).


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