Mesmo sem Airton Sandoval e Marta Suplicy, MDB deve manter maior bancada

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 4 de setembro de 2018 às 06:57
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:59
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Marta e Airton Sandoval (SP) e Zezé Perrela (MG) não disputam eleição neste ano

O MDB será o partido que mais perderá cadeiras no Senado Federal na eleição, segundo levantamento da reportagem do jornal “O Tempo”, de Minas Gerais, com base nas pesquisas Ibope de agosto em todo Brasil.

De 18 senadores eleitos em 2014, o partido do presidente Michel Temer deve passar para 14 representantes no Legislativo. O PT deve ganhar uma cadeira e passar para 10 senadores, mesmo número do PSDB, que pode perder duas cadeiras.

A região que o MDB se sai melhor – até o momento – é o Nordeste. Caso não haja reviravoltas, o MDB vai eleger cinco senadores nordestinos, que se juntam a outros três políticos da sigla que chegam em 2019 na metade dos mandatos.

Na sequência, três candidatos do MDB na região Norte saíram na frente nas pesquisas Ibope. No Sul, o MDB está nas primeiras posições em dois Estados (Rio Grande do Sul e Paraná).

A maior queda da legenda está na região Sudeste. Atualmente, o MDB tem dois senadores por São Paulo (Marta Suplicy e Airton Sandoval) e um por Minas Gerais (Zezé Perrela). Eles não disputam o pleito deste ano e, de acordo com o Ibope, nenhum representante do MDB está entre os favoritos do eleitorado paulista e mineiro.

Apesar de ter deixado o poder após o impeachment, o PT deve ganhar uma cadeira no Senado.

Atualmente, a legenda conta com nove senadores. De acordo com as pesquisas, a partir de 2019, o partido ficará com 10 senadores. Destes, oito podem ser eleitos no próximo mês.

O PSDB também deve perder representatividade no Senado. Em 2014, os tucanos conquistaram 12 cadeiras. Neste ano, o PSDB pode eleger seis políticos. Com a soma dos que estão no meio do mandato, os tucanos ficariam com 10 representantes.

Mas o número pode diminuir. Isso porque, no caso do PSDB, por exemplo, dois senadores no meio do mandato disputam o governo de seus Estados. (leia mais abaixo).

Outro partido expressivo que deve ganhar cadeira no Senado é o DEM, que vai de cinco para seis senadores.

PP e PSD ficam – cada um – com cinco senadores. Uma cadeira a menos para as duas legendas.

Nanicos

Três partidos considerados “nanicos” podem garantir cadeiras no Senado na próxima Legislatura. PSL, PHS e Psol têm candidatos liderando, respectivamente, no Rio de Janeiro (Flávio Bolsonaro), Minas Gerais (Carlos Vianna) e no Mato Grosso (Procurador Mauro).

‘Poucas mudanças’

Mestre em história pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), Eduardo Lima diz não acreditar em mudanças drásticas no Senado. Para ele, é histórico a pouca manutenção no Legislativo.

“É diferente do Executivo, são oito anos para trabalhar. Na realidade, perdem um ou dois, mas ficam na margem. O MDB, por exemplo, é muito regionalista. Eles têm entrada nas cidades. O MDB é mais fiel aos mandatos do Legislativo do que do Executivo”, diz.

Professor de Ética na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Roberto Romano afirma que o Senado Federal tem a função de “homologar” o que se decide entre Câmara dos Deputados e Presidência da República. “O Senado não tem a importância que deveria ter. O Senado que tem que ser a representação dos Estados, a função atual é de quase homologar o que foi acertado entre Câmara e Presidência”, afirma.

Romano também critica a composição do Senado Federal. Isso porque, muitos senadores assumem cargos, por exemplo, de ministros e seus suplentes assumem.  “Há uma situação complicada do suplente não ser eleito. Muitas vezes, a composição do Senado é de pessoas que não receberam voto. Então o senado é praticamente um espaço para jogo do poder”, diz.

Suplentes

Senadores que estão no meio do mandato (eleito, o político fica oito anos no Senado) disputam cargos majoritários em seus Estados. Caso sejam eleitos, os suplentes assumem as cadeiras.

O PSDB, por exemplo, tem dois parlamentares na disputa deste ano. Antonio Anastasia, em Minas Gerais, lidera as pesquisas. Se o tucano vencer em Minas, o suplente Alexandre Silveira de Oliveira (PSD) assume a vaga no Senado.

Entre os senadores que disputam em seus Estados – e lideram pesquisas – estão Gladson Cameli (PP), no Acre; Fátima Bezerra (PT), no Rio Grande do Norte; José Maranhão (MDB), na Paraíba;

Romário (Podemos), no Rio de Janeiro e Ronaldo Caiado (DEM), em Goiás. Caso eles sejam eleitos, os respectivos suplentes são dos partidos: PP, PT, MDB, PC do B e DEM.

Dois senadores estão entre os que disputam para presidente do Brasil. Alvaro Dias (Podemos), que encabeça chapa e Kátia Abreu (PDT), que é candidata a vice de Ciro Gomes (PDT). Para a vaga dos dois senadores aparecem um suplente do PSB e outro do PT.

A vantagem dos que concorrem aos governos dos Estados e à Presidência da República é o fato de, caso sejam derrotados nas urnas, voltam para o Senado e ficam por mais quatro anos.

Veja infográficos de como é e como pode ficar:

Made with Flourish


+ Política