Marco Garcia diz que Franca não merece o “desgoverno” de Gilson de Souza

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 29 de dezembro de 2017 às 10:04
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:30
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Vereador afirmou que vai fiscalizar e que “não vai compactuar com as trabalhadas do prefeito”

Em seu último discurso como presidente da Câmara dos Vereadores, Marco Garcia (PPS) soltou o verbo e avaliou publicamente o que pensa do prefeito Gilson de Souza (DEM) e de seu governo, que ele qualificou, ironicamente, de “desgoverno”.

Marco também rebateu críticas e acusações do líder informal do prefeito, vereador Corrêa Neves Júnior (PSD), de que fez manobras para não realizar a sessão extraordinária da última quarta-feira.​

“Eu não tenho rádio e nem jornal para me defender, então vou usar este espaço. Em momento algum usei de manobras. Sempre agi com amparo na lei e no Regimento Interno. Não posso pagar pelos erros do Executivo. Tenho dever de fiscalizar a não sou obrigado a compactuar com as trapalhadas do prefeito”, afirmou Marco.

Para justificar a espera para marcar a sessão, o presidente da Câmara afirmou que não havia como fazer a marcação porque havia erros técnicos nos projetos de Gilson. “Os projetos foram protocolados sem o impacto financeiro. Quando regularizaram, não havia mais tempo para convocar para o último sábado. Recebi a notícia pela Udecif que o projeto não cumpria com a exigência da audiência pública, de convocação antecipada de 48 horas, e eu fiz o certo. É atrapalhada em cima de atrapalhada do Executivo”.

Sobre o fato de Corrêa ter se oferecido para realizar a audiência pública em questão, mesmo que fosse no Natal, Marco disse que é privativo do presidente autorizar a realização de audiências pública e não dos demais vereadores. “Não usurpei nada. Imaginei que o Executivo tivesse feito a audiência pública corretamente, mas não fez e cabe a esta Câmara consertar. Presidente de comissão pode solicitar uma audiência, mas caberá ao presidente autorizar e realizar a mesma. Não atendi o pedido de realizar audiência no Natal, ou na véspera, porque não haveria condições de dar a publicidade legal. Ao invés do prefeito cumprir a lei fica arrumando subterfúgios e o Legislativo tem que consertar, tem sido assim o ano todo”, disparou Garcia.

As entidades

Sobre a decisão de Gilson de Souza de depositar os valores das emendas na Justiça e tentar jogar a responsabilidade sobre a Mesa Diretora da Câmara, Marco Garcia garantiu que o Legislativo não tem culpa. 

“A culpa é exclusiva do Poder Executivo. Lamento pela cidade de Franca, que não merecia esse desgoverno. O prefeito sabe bem que pedaladas fiscais cassam prefeito. Mas fico feliz pelas entidades, porque se esse projeto é aprovado o Executivo poderia pagar as emendas até o dia 31 de dezembro de 2018 e sabe-se lá se haveria dinheiro para pagar. Tem gente que coloca areia em um caminhãozinho que não consegue carregar”, provocou Garcia.

Sobre as críticas recebidas de Corrêa e Gilson de Souza, Marco falou em um tom enigmático, que dá a entender que haverá respostas no próximo ano, quando ele deixa a Presidência e volta ao Plenário. “A mesma água fervente que amolece a batata é a endurece o ovo”.


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