Março Amarelo marca mês de conscientização sobre endometriose

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 17 de março de 2019 às 17:13
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:27
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Doença é de diagnóstico difícil e afeta 176 milhões de mulheres em todo o mundo, 6,5 milhões só no Brasil

No Mês Mundial de Conscientização
sobre a Endometriose, a campanha Março Amarelo alerta para uma doença que afeta
176 milhões de mulheres em todo o mundo e 6,5 milhões no Brasil.

O chefe do ambulatório de
endometriose do Hospital Universitário Pedro Ernesto, Marco Aurélio Pinho de
Oliveira, explicou que a doença, embora seja comum, ainda é pouco conhecida e
costuma demorar a ser diagnosticada: cerca de oito anos após o aparecimento dos
primeiros sintomas.

O ginecologista lembrou que os sinais
mais evidentes são dores muitas vezes incapacitantes, como cólicas fortes e
progressivas (que pioram ao longo do tempo), dores durante a relação sexual,
desconforto ao evacuar e urinar e até mesmo dores na região lombar e nas coxas.

Em alguns casos, a falta de
tratamento pode levar a problemas mais graves, como obstrução intestinal, se
houver comprometimento extenso do intestino, e a perda das funções renais, caso
a bexiga e os ureteres sejam prejudicados. “A mulher, às vezes, vai ao
ortopedista achando que tem algum problema na coluna. Ou vai ao
gastroenterologista achando que tem síndrome do cólon irritável. Mas é a
endometriose”, disse.

“O exame ginecológico preventivo não mostra
a doença, o ultrassom também não mostra. Ou só mostra quando o crescimento do
endométrio já está maior. A ressonância magnética consegue detectar nódulos a
partir de meio centímetro, mas a laparoscopia detecta menor que isso. Só assim
pra ter um diagnóstico precoce”, acrescentou Oliveira.

Há ainda, segundo ele, outro sintoma
característico da endometriose: a infertilidade feminina. Muitas mulheres,
apesar de não apresentarem dores e cólicas, têm dificuldade para engravidar por
conta do crescimento anormal do endométrio.

O tratamento, de acordo com o
ginecologista, pode ser cirúrgico – considerado mais completo porque retira os
focos da doença e melhora as chances de concepção – ou hormonal, à base de
pílulas anticoncepcionais, por exemplo. “Melhora a dor, mas a doença continua
lá”, alertou.


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