Grupo Mulheres do Brasil toma a Av. Paulista em marcha contra violência

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 8 de dezembro de 2019 às 21:17
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:07
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“Não podemos ficar quietas. Temos que nos manifestar”, diz ativista em manifestação que lotou a Paulista

​Centenas de mulheres participaram na manhã de domingo (8), na Avenida Paulista, da terceira edição da Caminhada pelo Fim da Violência contra as Mulheres. 

A mobilização ocorreu em mais 26 cidades brasileira e em alguma localidades do exterior. A caminhada é uma ação pelos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres e foi organizada pelo Grupo Mulheres do Brasil.

As participantes da marcha reuniram-se na Praça do Ciclista, onde ocorria também a exposição ao ar livre Corpos das Penhas, que simulavam corpos de mulheres e incluíam informações como o nome da vítima, idade, número de filhos e o tipo de arma com que cada uma foi assassinada. Todas as informações ilustram casos reais.

“O objetivo dessa caminhada é levar para a sociedade uma conscientização ampla da gravidade do problema que é a violência contra a mulher, sob todas as suas formas”, disse Raquel Preto, que representa o Comitê de Combate à Violência do Grupo Mulheres do Brasil. 

“Tomar um empurrão do marido, ou um tapa, não é normal. Essa naturalização não pode existir. E é esse o objetivo de uma caminhada como essa: deixar muito claro para toda mulher que não é natural apanhar, tomar um soco ou ser estuprada”, acrescentou.

“A cada duas horas, uma mulher é vítima de feminicídio. A cada hora, quatro meninas são vítimas de estupro. Então, não podemos ficar quietas.

Temos que nos manifestar para pedir políticas públicas que visem combater o fim da violência contra a mulher”, disse Elizabete Scheibmayr, que também representa o Comitê de Combate à Violência do Grupo Mulheres do Brasil.

Raquel e Elizabete incentivam as mulheres que forem vítimas de violência a procurar as redes de apoio disponíveis para se fortalecer e para que denunciem a violência.

“A primeira coisa é ter coragem, saber que há uma rede de apoio e denunciar a violência. E quem também vê a violência precisa denunciar. Tem que meter a colher sim”, disse Elizabete.

“A mulher deve procurar ajuda. Ela deve ir a uma delegacia de polícia, a um CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), que oferece serviços sociais de apoio. 

Se ela for vítima de violência sexual, deve procurar um hospital, procurar apoio de amigas e familiares e ter força para denunciar e não aceitar mais o ciclo de violência”, acrescentou.

Vestidas com uma camiseta laranja com dizeres que pediam o fim do feminicídio e da violência e com gritos de Juntas, Somos Mais Fortes Eu Meto a Colher, Sim, as mulheres caminharam até a Casa das Rosas, onde o ato foi encerrado com uma salva de palmas.

(Agência Brasil)


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