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O ano começou e muitas
famílias de Franca e Ribeirão Preto estão em busca de vagas em creches para os
filhos de até três anos de idade. O problema é que a fila de espera é maior do
que o número de vagas disponíveis na rede pública.

A Prefeitura de Ribeirão Preto informou que atualmente
3.600 crianças estão à espera de uma vaga em creches do município. Em Franca,
2.179 crianças com até três anos de idade aguardam por um lugar disponível nas
creches. 

Franca

As aulas nas creches de Franca começam no dia 30 de janeiro,
porém mais de duas mil crianças aguardam na fila por uma vaga. A expectativa da
Prefeitura é de abertura de 1.128 novas vagas em creches até fim deste ano,
atendendo um total de 8.684 crianças com até três anos de idade.

Na
cidade, a principal reclamação dos pais é sobre a falta de informação sobre
essas vagas. A professora Daiane Rezende disse que fez a inscrição em uma
creche da cidade em setembro, porém a lista de crianças aprovadas ainda não foi
divulgada. “Era para sair a lista na terça-feira, 15 de janeiro, mas ainda não
saiu. Eu não consigo falar na secretaria da educação, fui até lá, já liguei na
prefeitura e eles não atendem nem por telefone, nem pessoalmente”, diz.

De acordo com o coordenador de
planejamento e gestão da Secretaria Municipal de Educação, Thiago Granzotti
explica que existe uma central de vagas dentro da secretaria voltada apara
atender pais e familiares com dúvidas em relação a vagas, matrículas e
inscrições. “Temos a central de vagas que pode ser acionada pelo telefone 3711-9246
e pessoalmente no prédio da secretaria que funciona das 7h às 17h. Estamos à
disposição para dar qualquer informação aos pais em relação as nossas creches.
Nossa previsão é que a lista com os aprovados saia na semana que vem”, explica.

Ribeirão Preto

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, as regiões Norte e
Oeste da cidade são as que mais demandam vagas. A expectativa da Prefeitura é
de abertura de 624 novas vagas em creches e que inaugure três unidades até
junho deste ano.

O problema é quase sempre o mesmo, as famílias fazem as inscrições das
crianças nas creches, mas a resposta sobre a vaga não chega.

A dona de casa Márcia de Souza passa por essa situação. Ela tem um neto
de um ano e quatro meses e há um ano aguarda por uma vaga para a criança. “Quando
ele tinha quatro meses, minha filha fez a inscrição e eles mandaram aguardar,
porque tem muita criança. Ela já renovou duas vezes e está aguardando até hoje.
Eu não tenho condições de ficar com ele o tempo todo, tenho que ir ao médico e
não posso. Na creche, ele fica lá e eu tenho tempo de fazer o que preciso”,
conta a avó.

Para tentar resolver a
situação, a filha da dona de casa procurou ajuda do conselho tutelar. “Ela foi
no conselho, foi na assistência social e não tem muito o que fazer. Todos eles
pediram para que ela aguardasse”, afirma Márcia.

O conselheiro tutelar Luis
Fernando Oliveira, que atende a região do bairro Campos Elíseos, disse que a
maioria dos pedidos nessa época do ano são para resolver casos como esse. “No
início do ano, a maior procura que existe no conselho tutelar são as vagas de
creche porque a demanda é alta e as vagas não existem no município.
Requisitamos vagas junto à secretaria de educação e, quando negadas, o órgão
encaminha para o Ministério Público que ajuíza a ação junto ao poder judiciário”,
conta.

Para garantir o direito das
crianças, o Ministério Público entrou com mais de 300 ações no fim do ano
passado. “Nós e a Defensoria Pública seguimos à risca o Cadastro Geral Único da
Prefeitura e, até o final do ano letivo de 2018, houve o esgotamento de todo
esse cadastro no que concerne à propositura das ações. Portanto, foram mais de
300 ações propostas, tentando absorver toda a demanda de vagas em creche”,
explica o promotor Naul Felca.

Ainda de acordo com o
promotor, os principais bairros que mais pedem vagas são do Complexo Ribeirão
Verde, Adelino Siminoni e Jardim Progresso.

O promotor da infância e
juventude, Alexandre Marcos Pereira, participa do Grupo de Atuação Especial de
Educação (Geduc), que trabalha para tentar diminuir os problemas relacionados à
educação na cidade.

De
acordo com o Geduc, Ribeirão fechou 2018 com um déficit de três mil vagas. Para
o promotor, falta planejamento da gestão pública. “É um número inadmissível. A
questão principal é a falta de prioridade que a educação recebe dos gestores.
Para que a creche seja construída, precisa ter verba no orçamento. Na hora de
revisar ou fazer o orçamento, a administração pública precisa alocar recursos
suficientes para isso”, afirma Pereira.

O promotor explica ainda que,
caso a família encontre dificuldade em conseguir uma vaga na creche, deverá
procurar o Ministério Público ou a Defensoria Pública.

A
Secretaria de Educação de Ribeirão informou que os pais com crianças de até
três anos devem fazer inscrição na creche mais próxima da residência ou no
Poupatempo.

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