Mais de 3,6 milhões têm título de eleitor cancelado por falta de biometria

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 15 de setembro de 2018 às 21:12
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:01
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Número é referente a 862 cidades que realizaram o cadastramento biométrico no último ciclo

Ao menos 3,6 milhões de
brasileiros não poderão votar nas eleições de 2018 porque não fizeram o
cadastramento biométrico e tiveram seus títulos eleitorais cancelados. É o que
mostra um levantamento feito com base em dados de tribunais regionais
eleitorais (TREs) de todo o país.

O número diz respeito aos eleitores de 862 cidades de 17
estados que passaram por revisão biométrica obrigatória entre 2017 e 2018.

No total, 1.244 de 22 estados
participaram da revisão 2017-2018, mas os TREs de 5 estados (Espírito Santo,
Paraíba, Pernambuco, Roraima e Rondônia) não informaram quantos títulos foram
cancelados. Os demais estados e o DF já haviam feito a revisão biométrica em
anos anteriores (no Amazonas, o processo não foi obrigatório).

O prazo para registrar as digitais para as eleições deste
ano acabou no primeiro semestre. O eleitor que não respeitou o prazo de seu
estado e que não regularizou sua situação até o dia 09 de maio teve seu título
cancelado. O cadastro eleitoral vai ser reaberto em 05 de novembro.

No total, 73,7 milhões, 50% do eleitorado apto, vão
votar usando a biometria nas eleições de 2018. 

Evolução da biometria

Em outubro de 2017, o percentual de eleitores com
cadastramento biométrico era de 44%. Ao final do prazo de 09 de maio deste ano,
o índice cresceu 16 pontos percentuais, chegando a 60% (mais de 87 milhões de
eleitores).

Parte dessas pessoas, porém,
está em cidades que não terão o reconhecimento das digitais disponível para as
eleições deste ano. Por isso, o número de pessoas que vão, de fato, votar
usando a biometria é de 73,7 milhões, e não de 87 milhões.

Nove
estados concluíram o cadastramento biométrico, além do Distrito Federal. São
eles: Alagoas, Amapá, Goiás, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima,
Sergipe e Tocantins.

Considerando
todas as 27 unidades da federação, 22 têm mais da metade dos eleitores
cadastrados. Os três estados com as taxas mais baixas são São Paulo (45,1%),
Minas Gerais (30,2%) e Rio de Janeiro (18,7%).

Segundo o TSE, a meta da
Justiça Eleitoral é identificar 100% dos eleitores por meio da impressão
digital até 2022. 

O que é o cadastramento?

A biometria usa as impressões digitais para identificar o
cidadão. O objetivo é ter mais segurança e evitar fraudes. No Brasil, a emissão
de passaporte, de carteiras de identidade e o cadastro das Polícias Civil e
Federal contam com sistemas biométricos.

Para o
reconhecimento individual, são coletados dados biométricos por meio de sensores
que os colocam em formato digital. No caso do cadastramento feito pela Justiça
Eleitoral, os dados são coletados por um scanner de alta definição. São
coletados dados de todos os dez dedos da mão, mas apenas um é utilizado para
identificar o eleitor no momento da votação.

A
coleta das digitais dura poucos segundos. Além disso, é tirada uma fotografia e
cadastrada a assinatura digitalizada.


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