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Decisão é da juíza Adriana Galvão Starr, da 2ª Vara Federal de Franca
A Justiça concedeu liberdade a quatro dos cinco presos na Operação Fada Madrinha, deflagrada em agosto deste ano contra uma quadrilha acusada de tráfico internacional de travestis, em Franca (SP).
A decisão é da juíza Adriana Galvão Starr, da 2ª Vara Federal de Franca. A magistrada decretou o sigilo do processo, mas não determinou que os suspeitos mantenham distância das vítimas.
Em nota, o Ministério Público Federal (MPF) informou que pediu o levantamento do sigilo e que recorreu da decisão.
“Em busca da efetividade da persecução penal, para evitar que as vítimas sofram constrangimentos e sejam revitimizadas, o MPF recorreu da decisão e tem confiança de que o Tribunal Regional Federal da 3ª Região reformará a decisão de 1º grau, com a consequente expedição de novo mandato de prisão contra os denunciados”, diz a nota.
Operação Fada Madrinha
De acordo com a Polícia Federal, as transexuais exploradas sexualmente e traficadas para a Europa eram mantidas aprisionadas em uma casa em Franca. Elas eram obrigadas a se prostituir para pagar diárias de R$ 170.
Caso não obtivessem o valor todos os dias, as vítimas eram agredidas com barras de ferro e pedaços de madeira com pregos, ou deixadas nuas em rodovias da região. Durante a operação, 14 transexuais foram resgatadas em Franca, e outras 18 em Goiânia (GO).
Ainda segundo a PF, as jovens eram aliciadas pelas redes sociais na internet, com a promessa de procedimentos cirúrgicos faciais e corporais. A quadrilha também prometia a participação das vítimas em concursos de beleza na Itália, o que não acontecia.
A investigação teve início em novembro de 2017, após vizinhos da casa em Franca registrarem um boletim de ocorrência por perturbação de sossego e da ordem. Na ocasião, várias transexuais foram levadas para a delegacia e, em depoimento, relataram o esquema.
A Operação Fada Madrinha identificou também que os investigados aplicavam silicone industrial no corpo das vítimas e as encaminhavam para clínicas médicas, que realizavam implantes de próteses mamárias. Há indícios de que algumas transexuais receberam materiais provenientes de reuso.
Segundo o MPF, as investigações constataram ainda que os próprios criminosos aplicavam silicone industrial – o que é proibido pelo Ministério da Saúde – nas transexuais para modelagem de bocas, quadris e mamas.