Justiça condena casal a pagar R$ 1,8 mi após moto aquática matar garota

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 1 de novembro de 2018 às 17:08
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:08
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Grazielly Lames foi atingida pla embarcação, pilotada por um adolescente de 14 anos

​O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) condenou um casal a pagar indenização aos pais de uma menina de 3 anos, atropelada e morta por uma moto aquática na Praia de Bertioga, no litoral paulista. 

Grazielly Lames foi atingida poe um embarcação desgovernada, pilotada por um adolescente de 14 anos, quando brincava na areia bem próxima ao mar.

O empresário e a mulher dele foram condenados a pagar uma indenização de R$ 600 mil, que, após a aplicação dos juros, terá valor aproximado de R$ 1,8 milhão. O empresário é padrinho do jovem que pilotava a moto aquática.

A Justiça também determinou que a família da vítima receba mensalmente um salário mínimo até 2074, quando Grazielly completaria 65 anos de vida.

O pai do adolescente também respondeu processo na área criminal e já havia sido condenado a prestar serviços comunitários.

O caso

Atropelada por uma moto aquática desgovernada, a menina Graziela Almeida, de 3 anos, morreu na praia de Guaratuba, integrada a um condomínio de luxo em Bertioga, por volta de 18h de sábado. Na companhia de sua mãe, a garota brincava no mar, próximo à faixa de areia.

O equipamento, segundo informações de testemunhas, foi acionado por um adolescente de 14 anos. Em dado momento, o veículo desgovernado atingiu a criança. Segundo populares que presenciaram o incidente, a moto aquática surgiu do mar de repente, sem ser pilotado por ninguém, quando atingiu a menina.

A embarcação colidiu contra a cabeça da garota, que sofreu traumatismo craniano. Um helicóptero Águia da Polícia Militar foi acionado para realizar o resgate. A menina teve como destino o Hospital Municipal de Bertioga. Porém, devido à gravidade dos ferimentos, ela chegou sem vida à unidade médica.

“Tudo ocorreu rápido. Ouvimos um barulho muito forte, vi um jet ski deslizando no mar sem ninguém pilotando. De repente, as pessoas começaram a correr em direção à água. Foi quando apareceu uma mãe desesperada, com a criança no colo”, relata a fisioterapeuta Mônica Santana, que, na ocasião, estava a poucos metros da cena do acidente.

Quatro médicos e uma enfermeira que aproveitavam o final de tarde na praia prestaram os socorros iniciais à criança. “Ficamos mais de 30 minutos realizando os procedimentos padrões. Foram minutos que pareceram horas”, diz a enfermeira Delma Almeida Melo, que auxiliou na tentativa de reanimação da garota.

A garota estava no condomínio desde sexta-feira junto com um grupo de dez pessoas, entre familiares e amigos. Todos são naturais do município Artur Nogueira, no interior do Estado.

Sem piloto

Além da criança, uma jovem também foi atingida pela embarcação. Ela sofreu apenas escoriações, sem gravidade, na perna esquerda. A versão comentada por populares é que o garoto ligou o veículo sem o dispositivo de segurança, que desliga o equipamento em caso de queda do condutor. Como o acelerador estava travado, o equipamento deslizou cerca de 200 metros pelo mar.

O adolescente estava ao lado do veículo e não conseguiu desligar a moto aquática, que parou apenas em um banco de areia. Ainda segundo testemunhas, a mãe do rapaz o retirou da praia e, desde aquele instante, ele não foi mais visto no condomínio. Duas horas após o resgate, o equipamento foi retirado da praia pela PM.


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